Bancadas de oposição querem abertura de CPI para investigar denúncias11/Mar, 15:11 Por Marcus Lopes São Paulo, 11 (AE) - As bancadas de oposição na Câmara Municipal devem encaminhar, na próxima semana, pedido para a abertura de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias feitas pela primeira-dama do município, Nicéa Pitta. Os líderes dos partidos de oposição reuniram-se hoje na Câmara e decidiram uma série de questões que serão discutidas pelas bancadas. Além da CPI, os parlamentares devem solicitar o impeachment do prefeito Celso Pitta (PTN), o afastamento do vereador Armando Mellão (PMDB) da presidência da Casa e uma audiência no Ministério Público Estadual (MPE). Apenas o Partido dos Trabalhadores já definiu sua posição diante das acusações. "As revelações da primeira-dama são consistentes e vão de encontro às denúncias que estamos fazendo na Câmara faz tempo", disse o líder do PT, José Eduardo Martins Cardozo (PT). Ele citou como exemplo possíveis irregularidades na compra de remédios para a Prefeitura. Segundo Cardozo, será discutido o eventual afastamento de todos os vereadores acusados por Nicéa durante as investigações. "Como são muitos, temos de analisar se é possível convocar os suplentes", disse. Amanhã (12) , o partido realizará um ato de protesto no Parque do Ibirapuera, às 10 horas. O clima foi tenso na Câmara durante toda a manhã de hoje. A vereadora Myryam Athiê (PMDB), discutiu com Dalton Silvano (PSDB) após ouvir no rádio uma entrevista em que o vereador tucano afirmou que não acharia conveniente vereadores da bancada governista participarem de uma nova CPI. "A oposição tem de medir as palavras", disse Myryam, que chegou irritada ao Palácio Anchieta. "Eu não faço parte dessa máfia e quero saber se a primeira-dama disse tudo aquilo na posição de vítima ou cúmplice", completou. O vereador Salim Curiati Júnior (PPB) também chegou nervoso à Câmara. Ele rebateu as acusações de que também teria recebido dinheiro de suborno, mesmo votando com a oposição. "Tenho orgulho de ter me rebelado contra um sistema podre e corrupto", disse Curiati. "É preciso entender que todo esse esquema envolve mais do que corrupção de fiscais", completou o pepebista.