O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) constatou, esta semana, que a mortandade de peixes na Baía de Guaraqueçaba continua grande - foram vistos cerca de 300 peixes mortos na região. O Ibama estará sobrevoando hoje os três pontos mais críticos da baía - Guapicu, Ilha Rasa e Guaraqueçaba - para tentar descobrir o motivo do aumento de mortes, quando a expectativa era de que diminuísse.
Estarão acompanhando os técnicos do instituto, especialistas em toxicologia de algas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade do Vale do Itajaí (Univali-SC).
De acordo com o gerente do Ibama de Paranaguá, Lício Domit, após o sobrevôo, todos estarão reunidos para avaliar novamente a situação do local e decidir quais as novas medidas a serem tomadas. ‘‘Até o final do dia já deveremos ter novidades’’, declarou. Ainda segundo Domit, mais amostras das algas (do tipo Heterosigma cf.carterae) serão feitas, além de fotos que serão utilizadas como referência científica.
O diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, diz que a dificuldade em resolver acidentes como este ocorrido em Guaraqueçaba se deve à falta de infra-estrutura e de dinheiro. ‘‘Vemos profissionais altamente capacitados, mas que não conseguem trabalhar adequadamente porque, infelizmente, os nossos órgãos ambientais ainda não têm força suficiente para atuar. Precisam passar por mudanças drásticas e, principalmente, receber mais apoio do governo’’, cobrou Duarte.
A proibição da pesca em Guaraqueçaba, em vigor desde o último dia 9, continua proibida pelo Ibama. Apesar de nenhuma pessoa da região ter apresentado sintomas de intoxicação, o Ibama vai manter a proibição da pesca até que nenhuma espécie apresente sinais de toxicidade.