Havana, 15 (AE-AP) - A avó materna de Elián Gonzalez, Raquel Rodríguez, manifestou neste sábado (15) o desejo de ir a Miami para buscar o garoto. Na sexta-feira, 100.000 mulheres, muitas grávidas, marcharam por Havana exigindo a devolução de Elián, o menino cubano de seis anos que sobreviveu ao naufrágio no qual morreram sua mãe, o padrasto e outros nove balseiros.
O tio-avô do menino em Miami, Lázaro González, com o apoio da comunidade cubano-americana, luta para mantê-lo nos Estados Unidos, alegando que pode oferecer-lhe uma vida melhor. Mas a avó de Elián sustenta que retê-lo nos EUA alegando que essa era a vontade da mãe do garoto, Elisabet, é uma mentira. "Eu fui mãe de Elisabete a conheci melhor que ninguém."
Segundo a rede de tevê ABC, os governos americano e cubano estariam mantendo negociações informais para que as duas avós de Elián viagem aos EUA para levá-lo de volta a Cuba. Um porta-voz da Casa Branca, porém, desmentiu a versão.
A secretária de Justiça norte-americana, Janet Reno, também defendeu quinta-feira o retorno de Elián a Cuba: "Trata-se de um pai que quer seu filho de volta, de avós que querem seu neto de volta, são vínculos que devem ser respeitados."
Quando e se Elián retornar a Cuba, será recebido como um herói nacional, um garoto cujo retrato está gravado em camisetas e pôsteres em toda a ilha.
Mas em Cárdenas, onde nasceu e cresceu, os moradores dizem que lhe assegurarão uma vida normal. "Estamos preparando a escola para recebê-lo como uma criança normal", disse a diretora Maribel Reyes.
Em Havana, o presidente da Assembléia Nacional, Ricardo Alarcón, declarou neste sábado que Cuba está frustrada pela incapacidade do governo norte-americano de fazer cumprir sua decisão de devolver Elián Gonzalez a seu pai em Cuba.