Após três dias terminou na tarde desta sexta-feira (26), em Londrina, o julgamento do homicídio de Thiago Borges de Carvalho, 33, integrante do Serviço de Operações Especiais do Depen (Departamento Penitenciário do Paraná), que atua em rebeliões e motins nos presídios. Ele foi morto com um tiro na cabeça em uma emboscada, quando retornava de uma revista da PEL 2 (Penitenciária Estadual), na zona sul, em dezembro de 2016. Welber da Silva da Conceição foi condenado a 153 anos, 7 meses e 20 dias de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado contra agente de segurança pública, participação em organização criminosa e oito homicídios tentados.

Thiago Borges de Carvalho, durante o lançamento do SOE em Londrina, em 2016.
Thiago Borges de Carvalho, durante o lançamento do SOE em Londrina, em 2016. | Foto: AEN

Naquele episódio, mais nove agentes foram vítimas do ataque, dos quais outros três funcionários do SOE foram feridos.

Os acusados Édimo André Silva, Hernandes Cabral Santos, João Carlos Fernandes e Uiverspon Zornitta foram condenados a 8 anos, 1 mês e 6 dias pelo crime de participação em organização criminosa. Quanto ao acusado Higor Salles, os integrantes do Tribunal do Júri entenderam que não havia nada que incriminasse com relação ao atentado ao SOE de Londrina. Os cinco condenados cumprirão sentença em regime fechado. O julgamento popular, realizado no Fórum Criminal, começou na manhã de quarta-feira (24).

Desde a fase de inquérito, o Jurídico do Sindarspen (Sindicato dos Policiais Penais do Paraná) vem acompanhando o caso. Após o recebimento da denúncia, em julho de 2017, a entidade se habilitou para atuar como assistente de acusação, por meio do advogado do sindicato, o especialista em Direito Penal Mário Barbosa. Os promotores de Justiça foram Vitor Hugo Nicastro Honesko e Tiago de Oliveira Gerardi.

Barbosa avalia que a decisão foi positiva, porque um dos principais acusados foi condenado a 153 anos de reclusão. “Sobre o Higor Salles, acho coerente essa absolvição do corpo de sentença.”

Na avaliação de Barbosa, esse foi um dos maiores julgamentos da história de Londrina, por causa da duração e aparato de segurança devido a alta periculosidade dos réus. “A sessão do primeiro dia de julgamento durou mais de 13 horas de trabalho, quando foram ouvidas as vítimas e as testemunhas de acusação. Depois foram ouvidas as testemunhas de defesa e terminamos por volta das 21 horas”, detalhou.

O juiz Leonardo Delfino César não deu direito aos réus de recorrerem da pena em liberdade. “Como são de altíssima periculosidade, ele manteve a prisão preventiva de todos os atores. Cada um vai voltar ao seu presídio de origem. Inclusive mais de um deles estão em presídios federais”, expôs Barbosa.

DEFESA

A reportagem tentou entrar em contato com os advogados de defesa dos réus, mas não obteve sucesso. Por lei, eles têm cinco dias para recorrer da sentença.

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