Imagem ilustrativa da imagem Aulas presenciais podem voltar de forma gradual em novembro, diz governador
| Foto: Rodrigo Félix Leal/AEN

Em coletiva de imprensa veiculada pela rádio da AEN (Agência Estadual de Notícias) nesta segunda-feira (26), o governador Ratinho Junior afirmou que existe possibilidade de as aulas presenciais retornarem "próximo à normalidade" na segunda quinzena de novembro de forma gradativa e por região.

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| Foto: Rodrigo Félix Leal/AEN

"Se nós continuarmos nesse ritmo e o índice de contaminação do Estado do Paraná continuar caindo como vem caindo, a ideia é que na segunda quinzena mais ou menos de novembro a gente possa voltar próximo da normalidade para as aulas com os alunos de forma gradativa, por região, também conforme o índice de infecção nas regiões. Onde tiver muito mais ameno, obviamente que volta de forma mais rápida à normalidade."

O retorno das aulas está sendo estudado junto à Secretaria de Saúde, disse ainda o governador. Segundo ele, as aulas extracurriculares e o reforço escolar começaram há dez dias e essas atividades têm ocorrido de forma organizada e sem problemas de segurança. "Não temos tido nenhum tipo de problema, tanto de segurança para os professores e também para os alunos."

Em entrevista à FOLHA, o presidente do APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Público do Paraná) em Londrina, Márcio André Ribeiro, considerou "absurda" a possibilidade de retorno às aulas presenciais em novembro.

"Já está decidido há mais de um mês que, se isso acontecer, vai ser deflagrada greve estadual sanitária, porque se sentar numa mesa virtual com qualquer pessoa que seja, prova-se número por número que é impossível retornar presencialmente em qualquer escola, quer seja particular ou pública. Fazer isso nesse momento é forçar os gráficos de contaminação a subirem de novo no Estado do Paraná e, consequentemente, haverá mais casos graves e mais mortes também. Só que dessa vez teremos entre os mortos professores das escolas."

O Conselho Nacional de Educação já aprovou que os anos letivos de 2020 e 2021 sejam unidos pedagogicamente, então na visão do presidente da APP-Londrina, não há necessidade de pressa. "O que não pode é correr o risco de morrer porque precisa fechar o ano letivo. No Estado do Amazonas, em Manaus, mais de 3.600 professores e funcionários de escolas estão contaminados e vários deles já mortos. Isso é um absurdo completo, não faz o menor sentido fazer isso agora no final do ano letivo."

Países da Europa que retomaram as aulas presenciais com todos os protocolos de segurança o fizeram após meses de gráficos de contaminação e mortes quase zerados, e ainda assim os casos de Covid-19 voltaram a crescer, acrescentou Ribeiro. "Está certamente provado que crianças podem não vir a adoecer, muito menos ficarem grave, mas justamente por serem assintomáticas em sua grande maioria, elas saem contaminando em todos lugares que andam. Fora que não está excluído o risco de uma criança ou adolescente acabar desenvolvendo a forma grave da doença e de repente morrer. Em Londrina todo dia morre uma pessoa, às vezes duas, três ou quatro. Esses números estão acontecendo com escolas fechadas, imagina voltando a circular todo mundo normalmente como antes."

BOLETIM

O boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta segunda-feira (26) informa mais quatro mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus, sendo que três ocorreram na semana passada e uma em setembro. Com os registros, o município soma 306 óbitos pela Covid-19. Também foram notificados mais 24 casos da doença na cidade, fazendo o número de confirmações subir para 12.249. A média móvel de casos da infecção pelo novo coronavírus nos últimos sete dias caiu para 73,9.

No Paraná, a média móvel de mortes por Covid-19 chegou a nove e caiu 62,6% em relação a 14 dias atrás, informou a Sesa (Secretaria do Estado de Saúde). Nesta segunda-feira, os dados de óbitos recebidos nas últimas 24 horas dão conta de mais cinco mortes em todo o Estado.

A média móvel de casos nos últimos sete dias (974) também caiu, 25,1% quando comparada com o índice de duas semanas atrás. Outros 696 novos testes positivos para o novo coronavírus foram registrados pela Sesa. Assim, o Estado soma 206.065 casos e 5.058 mortes em decorrência da doença.