O Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) aprovou, nesta segunda-feira (19), a retomada das aulas de graduação a partir do dia 26 de junho. O calendário havia sido suspenso em 22 de maio, em decorrência da greve deflagrada pelos professores, que começou em 8 de maio.

A pró-reitora de Graduação, Ana Márcia Fernandes Tucci de Carvalho, afirmou durante a reunião que a proposta levada para discussão considerou o pedido dos estudantes, “que são parte fundamental da instituição”.

A reitora da UEL, Marta Favaro, reforçou que houve uma deliberação da Câmara de Graduação e do Cepe na ocasião da suspensão de parte das atividades de graduação. E agora foi aprovada a recomposição do calendário.

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“Isso significa que retomaremos as atividades que estavam suspensas. A partir de amanhã [terça-feira, 20], as pautas eletrônicas estão liberadas para que os professores que, porventura, tenham adiantado seus trabalhos, possam adiantar os registros acadêmicos”, afirma Favaro. “A partir do dia 26, retomaremos com os estudantes nas salas de aula, laboratórios, realização dos estágios, que foi uma solicitação dos estudantes.”

Segundo a reitora, esse é um processo de retomada e muitos alunos que estão fora de Londrina ou que são da região precisam organizar, por exemplo, o transporte.

“Nós já estamos também em contato com a CMTU [Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina] porque precisamos retomar a liberação do passe para que eles tenham a possibilidade de voltar com o mínimo de tranquilidade”, ressaltou.

A proposta da Câmara de Graduação indica que os dias 18 e 19 de julho serão utilizados para os exames, com fechamento da pauta no dia 21. “Isso permitiria três semanas de trabalho efetivo, mais os dois dias reservados para o exame. Estamos recompondo o período que foi suspenso”, acrescentou.

O Cepe já havia aprovado o calendário acadêmico do ano letivo de 2023. Agora, a tendência é que haja mudança nas datas, com início previsto para 7 de agosto. Mas isso ainda precisa ser deliberado pelo conselho.

“O calendário terá de ser recomposto porque tivemos que entrar naquilo que era previsto para o ano letivo de 2023. É importante reforçar para a comunidade que essa retomada vai demandar muito esforço de todos: dos nossos estudantes, na vinda para a universidade, dos professores, que também tinham diferentes programações, e nós temos que encerrar o ano letivo de 2022. Temos um conjunto de estudantes esperando a colação de grau”, completou a reitoria.

GRADUAÇÃO

Na avaliação da pró-reitora de Graduação, a decisão do Cepe foi “muito acertada”, porque a instituição tem um grande número de alunos que estão prestes a se formar. Tanto a volta às aulas quanto a abertura das pautas vão contribuir para esse processo.

“Isso vai garantir a formatura dos estudantes nas datas que estão previamente planejadas, a conclusão desse ciclo. Era necessária a finalização, para que eles possam seguir aquilo tudo que têm pela frente, já com o diploma da UEL.”

Carvalho também reiterou que a proposta foi construída a partir de demandas do corpo discente, e que essa participação é fundamental na universidade. “Os estudantes de graduação compõem o maior número enquanto classe na universidade, são 13 mil. Eles entraram em contato conosco, tinham uma proposta para apresentar, que era justamente essa, de retomada das atividades na segunda-feira (26).”

Ainda há um descompasso entre os calendários civil e acadêmico, tanto que o ano letivo de 2023 ainda não iniciou da UEL. A projeção, segundo a pró-reitora, é que isso seja adequado em um período de três a quatro anos.

ESTUDANTES

A aluna de Enfermagem Ariane Silva Escobar, que é conselheira do Cepe, avaliou a proposta como “muito boa” para os estudantes e que seria desconfortável o retorno imediato às aulas.

“Muitos estão fora de Londrina, muitos também não têm dinheiro para voltar. Foi excelente a proposta para a gente poder se organizar, ir atrás de passe. Enfim, foi benéfico para a gente, principalmente para vermos que os professores estão sim do nosso lado”, declarou.

Também integrante do Cepe, o pós-graduando em Ciências Biológicas Marcos Akira Umeno afirmou que o novo calendário levou em conta parte das reivindicações dos estudantes e questões como a permanência do aluno na universidade.

“Eu acho que foi a melhor proposta que poderia ter sido votada para atender a essas necessidades, de dar aos estudantes essa semana para organização”, disse. “Entendemos que ela pode não ser adequada para todos, mas abarca grande parte dos estudantes que podem usar essa semana para se organizar.”

(Matéria atualizada às 18h47)