Imagem ilustrativa da imagem Assembleia nesta quarta decide se ônibus voltam a circular
| Foto: Gustavo Carneiro

Depois de uma reunião realizada na tarde de terça-feira (13) na CMTU, representantes do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Londrina), Metrolon (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros Intermunicipais), TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) e CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) chegaram a um acordo para o retorno das atividades. Nesta quarta-feira (14) pela manhã, a decisão tomada na reunião será votada pelos trabalhadores às 7 horas, tanto na entrada da garagem da TCGL quanto na garagem da Londrisul, prometeu o presidente da categoria, José Faleiros. No entanto, a retomada dos serviços não será imediata. Após a assembleia ainda há um tempo para a reorganização da escala dos motoristas para que tudo volte à normalidade.

Depois de negociação dura, trabalhadores e empresários chegam a um acordo e ônibus devem retornar nesta quarta-feira.
Depois de negociação dura, trabalhadores e empresários chegam a um acordo e ônibus devem retornar nesta quarta-feira. | Foto: Pedro Marconi/Grupo Folha

Os funcionários receberam como promessa que as empresas realizarão o pagamento integral dos salários no dia 15 deste mês, que deveriam ter sido depositados no dia 7 de abril, desde que haja o imediato retorno ao trabalho, pela integralidade da categoria nesta quarta-feira (14).

Eles também receberão no dia 22 o pagamento do vale, que é a antecipação de parte do salário. Faleiros ressaltou que os pagamentos garantem a abertura da negociação salarial. O grupo de trabalhadores ficou concentrado nesta terça-feira no Centro Cívico e realizou uma manifestação pacífica. Faixas foram fixadas para chamar a atenção do poder público e da população. Também foi estabelecida a desistência de ações civis públicas, mandados de segurança, interditos proibitórios relacionados à paralisação. O acordo prevê ainda retomada das negociações coletivas relativas ao ano de 2021 a partir do dia 20 deste mês.

“Não chegamos naquilo que imaginávamos, que seria o pagamento amanhã (quarta-feira), mas depois de amanhã (quinta-feira). O pagamento dos dias parados foi exigência do sindicato. O pagamento do vale do dia 22 também, assim como o retorno das atividades após a assembleia. Daremos continuidade às negociações, visando a renovação do Acordo Coletivo. A luta de vocês valeu a pena. Amanhã de manhã quero todos motoristas na assembleia a partir das 7 horas da manhã e vamos fazer a assembleia e coletar a assinatura e voto de cada um. Vamos fazer em voto secreto. Diante do que está nos documentos, foi uma conquista e uma garantia de pagamento dos salários e dos vales. Os dias paralisados serão pagos. Por favor, participem todos da assembleia. Se não aprovarem continua o processo. Coloquem a cabeça no travesseiro e analisem a proposta. A decisão será de vocês”, disse Faleiros em áudio divulgado entre os motoristas.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa das empresas, que preferiu não se manifestar. "Em nota, a CMTU afirmou que desde o início da paralisação, o município manteve seu posicionamento de participar da intermediação mediante a apresentação de propostas. Diante da proposta apresentada, o poder público aguarda o retorno do transporte coletivo ao cidadão. "

A paralisação da categoria durou cinco dias. Conforme o advogado e vice-presidente do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina), André da Silva, cerca de 950 motoristas que atuam nas empresas Londrisul e TCGL, além dos profissionais dos setores administrativos e de manutenção, foram prejudicados pelos atrasos.

As empresas alegam que “a capacidade econômico-financeira das operadoras infelizmente se esgotou”. Em nota encaminhada na última sexta-feira, quando teve início a paralisação, representantes da TCGL e da Londrisul argumentaram que houve queda na arrecadação, redução do número de passageiros em razão da pandemia e aumento no preço de insumos como óleo diesel, sendo necessário um aporte financeiro do município.

A Prefeitura repassou, aproximadamente, R$ 6 milhões para auxiliar na manutenção do sistema. A folha de pagamento é estimada em R$ 1,5 milhão.

Enquanto aguardam o impasse judicial, os funcionários do transporte coletivo veem os boletos chegarem sem terem dinheiro na conta. “Estou priorizando a alimentação, mas as contas estão vindo também. E depois, os juros? Quem é que vai arcar com isso?”, perguntou um motorista que preferiu não se identificar.

“Está tendo passageiros. Tem movimento. O comércio está aberto. A gente vê os ônibus lotados todos os dias. Como não tem dinheiro para pagar?”, questiona outra funcionária. “Estou jogando tudo no cartão, mas, mês que vem, como vai ser? É muito estressante passar por isso. A gente só foi avisado que eles não iriam pagar no dia do pagamento. Deviam ter avisado a gente pelo menos 15 dias antes. Os passageiros ficaram sabendo antes de nós e perguntaram se a gente iria parar. Até agora só caiu o tíquete alimentação de R$ 324”, contou outra motorista.

O transporte metropolitano administrado pela empresa TIL está operando normalmente. Os funcionários receberam o restante dos salários nesta segunda-feira (12), conforme promessa feita pela direção da empresa na última sexta. (Com Viviani Costa)

Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.