Argentina fecha pacto para evitar insolvência de 4 províncias
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000
Por REGINA CARDEAL
São Paulo, 10 (AE) - O presidente da Argentina, Fernando de la Rúa, assinou acordos para refinanciar a dívida de quatro províncias que corriam o risco de insolvência. Em troca da ajuda do governo central, as províncias de Tucumán, Tierra del Fuego, Rio Negro e Catamarca se comprometeram a fazer um sensível ajuste em suas contas, que inclue corte de pessoal e redução de salários, informa o jornal Clarín, de Buenos Aires. Os resultados do ajuste serão monitorados trimestralmente pelo governo central. Pelo pacto fechado ontem, o governo estenderá às províncias este ano um crédito equivalente a US$ 662 milhões.
Deste total, US$ 162 milhões serão destinados à província de Catamarca, US$ 207 milhões irão para Rio Negro, US$ 75 milhões, para Tierra del Fuego e US$ 218 milhões, para Tucumán. Os recursos virão do Fundo Fiduciário de Desenvolvimento das Províncias. Segundo o Clarín, o presidente Fernando de la Rúa destacou na assinatura do acordo que o seu governo contemplou igualmente províncias administradas pela oposição peronista (Tucumán e Tierra del Fuego) e pela Aliança, no poder (Rio Negro e Catamarca).
O secretário de Programação Econômica, Miguel Bein, indicou ao Clarín que, diante da situação crítica das quatro províncias, os primeiros desembolsos do Fundo Fiduciário serão feitos ainda este mês. Além disso, afirmou, o Banco Nación já refinanciou dívidas de US$ 115 milhões das mesmas.
Durante as negociações para a concessão de um crédito à Argentina, o Fundo Monetário Internacional (FMI) vinha pressionando o país a comprometer-se a limitar o déficit das províncias a US$ 1,5 bilhão. Atualmente, o déficit é estimado em us$ 3,7 bilhões. O Ministério da Economia, chefiado por José Luis Machinea, se mostrava contrário a aceitar a exigência do Fundo. Os detalhes do acordo fechado com o FMI deverão vir a público na próxima semana, quando a Argentina assinará a carta de intenções para a obtenção do crédito de contingência de US$ 7 40 bilhões.