Em junho o Ministério do Desenvolvimento Agrário começa a fazer o recadastramento de quase mil propriedades rurais no País com área acima de cinco mil hectares, suspeitas de grilagem. O anúncio foi feito hoje pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, no programa de rádio ‘‘Palavra do Presidente’’. Esta é mais uma etapa do recadastramento iniciado há dois anos, com propriedades acima de 10 mil hectares, que levou à extinção dos cadastros de 1.899 latifúndios no País, num total de 62 milhões de hectares.
As propriedades rurais com suspeitas de grilagem ficam em 76 municípios brasileiros. Os donos dessas terras terão de apresentar documentação comprovando a posse. Fernando Henrique afirmou que alguns casos de grilagem envolvem a ‘‘cumplicidade de alguns cartórios’’ e que estas transações facilitam a ação do crime organizado.
Fernando Henrique lembrou que o governo, além de cassar os registros de terras griladas, conseguiu anular na Justiça os documentos de quase 19 milhões de hectares de terras que tinham perdido o registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O presidente disse que continua esperando o apoio da Justiça no combate à grilagem e dos parlamentares para que seja aprovado o projeto de lei que cria o Sistema Público de Registro de Terras, que vai unificar bancos de dados do Incra, da Receita Federal e dos cartórios.
Crime Dois empregados da fazenda Gladys, em Nova Brasilândia d’Oeste (RO), morreram baleados no final da tarde de segunda-feira. Eles estavam acompanhados de outros três funcionários da fazenda, que escaparam do conflito com vida.
Os sobreviventes afirmam que houve uma emboscada, mas os autores dos disparos não chegaram a ser vistos. Os corpos foram localizados na manhã de hoje pela Polícia Militar.
Segundo o gerente da fazenda, Reinaldo Aparecido Carvalho, Cláudio Alves Martins, 26, e Amois Corrêa, 19, foram mortos por integrantes Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. ‘‘Os sem-terra fizeram uma emboscada e abriram fogo contra os dois. Eles estavam armados, mas não chegaram a reagir.’’
Policiais do 4º Batalhão foram encaminhados ao local, mas não conseguiram identificar os criminosos.