A PRF (Polícia Rodoviária Federal) apreendeu 36,9 milhões de carteiras de cigarro contrabandeadas no Paraná de janeiro a novembro de 2019. De acordo com a PRF, o número de apreensões já representa mais que o dobro em relação ao ano passado. Em 2018, foram 18,4 milhões de carteiras apreendidas durante os 12 meses. Além do número de apreensões mais que dobrar, a corporação bateu um recorde histórico. O último foi registrado em 2013 quando os policiais rodoviários federais apreenderam 31,1 milhões de carteiras contrabandeadas.

Para a polícia, o contrabando afeta a saúde pública por ofertar produtos mais nocivos com preços menores em relação aos encontrados no mercado
Para a polícia, o contrabando afeta a saúde pública por ofertar produtos mais nocivos com preços menores em relação aos encontrados no mercado | Foto: Anderson Coelho/27-12-2018

Para o chefe do Setor de Comunicação da PRF no Paraná, Fernando Oliveira, o resultado se deve a uma série de fatores. "Pela posição geográfica, o Paraná e o Mato Grosso do Sul são rotas naturais para o contrabando de produtos do Paraguai para o Brasil. Ao longo dos últimos anos, a PRF tem investido cada vez mais em ações nas áreas de tecnologia e inteligência com o objetivo de otimizar nossas abordagens", esclareceu.

Oliveira destacou que a PRF tem intensificado a sua integração na área operacional com outras polícias e órgãos como a Receita Federal, por exemplo, compartilhando informações e realizando ações conjuntas. Assim como o reforço do efetivo operacional na região de Guaíra, que concentrou mais da metade das apreensões de cigarro deste ano.

O policial rodoviário federal ressaltou ainda que, internamente, a PRF tem procurado fomentar ações de capacitação do efetivo com operações temáticas que propiciam a troca de experiências entre o efetivo, especialmente nas regiões de fronteira. "Boa parte das apreensões acontece graças à experiência das equipes que atuam nas unidades operacionais", declarou.

Conforme os dados divulgados pela PRF, de 2010 até novembro deste ano, 199,3 milhões de carteiras de cigarro contrabandeadas foram apreendidas no Paraná. Essas quase 200 milhões de carteiras equivalem a R$ 996,5 milhões. O cálculo foi realizado pela polícia usando R$ 5 como referência para cada carteira ou maço com 20 cigarros.

O levantamento aponta que a cada cinco carros ou caminhões apreendidos com cigarros, pelo menos um é produto de furto ou roubo. "Além de alimentar uma cadeia de crimes associados, o contrabando provoca uma evasão fiscal bilionária, uma vez que cerca de 80% do preço do cigarro comercializado legalmente no País corresponde a tributos", pontua a PRF.

Para a polícia, o contrabando afeta a saúde pública por ofertar produtos mais nocivos com preços menores em relação aos encontrados no mercado, além de serem mercadorias sem qualquer tipo de controle sanitário e sem as advertências obrigatórias nas embalagens. A PRF afirma ainda que a população que consome esse tipo de produto "acaba por constituir uma atividade rentável para o crime organizado".

Os policiais pedem para quem tiver qualquer informação sobre veículos suspeitos de transportar esse tipo de carga em rodovias federais ligarem no 191. Lembrando que o crime de contrabando tem pena prevista de dois a cinco anos de prisão. Em relação ao balanço de apreensões de maconha e outras drogas ilícitas, Fernando Oliveira adiantou que levantamentos deverão ser divulgados no início de janeiro de 2020.