Rio, 06 (AE) - A chuva forte que castigou o Estado do Rio desde o réveillon fez mais uma vítima, na noite de ontem (05), em Angra dos Reis, no litoral sul do Estado, elevando para 13 o número de mortos em consequência das enchentes dos últimos dias. O aposentado Ary Dias, de 72 anos, morreu soterrado. Sua casa desabou ao ser atingida por um deslizamento de terra. Quatro residências foram destruídas na cidade, deixando ferido Marco Antônio Pinheiro - retirado dos escombros depois de duas horas de trabalhos do Corpo de Bombeiros. Na maioria dos municípios, no entanto, o tempo estava bom hoje. O número de desalojados em todo o Estado, que na segunda-feira chegou a 4.600, baixou para 1.330. Hoje, boa parte das pessoas já havia voltado para suas casas nas regiões mais atingidas, como Resende
Barra Mansa, Barra do Piraí e Bom Jardim. A Secretaria Estadual de Saúde distribuiu um alerta para a população dos municípios afetados pelas chuvas, chamando a atenção para o risco de casos de leptospirose e tétano - doenças que comumente aparecem depois de enxurradas.
"Ao voltar para as casas alagadas, as pessoas devem ter cuidado com o contato com a água parada e a lama, que podem ter urina de rato", afirmou hoje a técnica da secretaria ¶ngela Maron. Ela aconselhou a população a usar botas e luvas para limpar as casas alagadas, evitando assim o contato com a água e a lama. Para evitar o tétano, a secretaria orienta as pessoas a procurarem um centro médico, caso tenham se ferido, para tomar a vacina. O governo do Estado adiantou a remessa de vacinas para os municípios mais afetados para evitar a falta de medicamentos. No caso da anti-tetânica, a secretaria aumentou a quantidade em até 20%.
"Ao voltar para casa, é preciso ter cuidado também para não ser picado por cobras, escorpiões e aranhas", aconselhou. Por enquanto não há registro de nenhum novo caso de doença. Represa - O maior medo dos moradores dos municípios do sul fluminense até quarta-feira era a abertura das comportas da Represa do Funil, em Itatiaia, e a possibilidade de uma nova cheia dos rios da região. A situação hoje estava sob controle. "A capacidade da represa está em 96%, ou seja, estamos praticamente no limite máximo", afirmou o chefe da represea, Antônio Maia. "Mas como parou de chover, o volume de água que está chegando está diminuindo e a tendência agora é estabilizar".
A cheia do Rio Paraíba do Sul em função das chuvas também era motivo de preocupação em Campos. O nível da água do rio no municípo, que normalmente é de 5,8 metros, chgou a 9,6 metros, inundando as casas da população ribeirinha da Favela da Aldeia e da Ilha do Cunha. Há três dias, a Defesa Civil retirou as 350 pessoas que moram no local e as levou para abrigos da prefeitura. Hoje à tarde, no entanto, o nível da água começou a baixar, em média, dois centímetros por segundo. A prefeitura acredita que, se não chover, até segunda-feira a situação deverá estar normalizada.