Após pandemia, fiéis voltam ao Santuário para celebrar Nossa Senhora
O tempo chuvoso não afastou os devotos, que lotaram o Santuário da Vila Nova durante todo o dia; expectativa é reunir 30 mil pessoas
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 12 de outubro de 2022
O tempo chuvoso não afastou os devotos, que lotaram o Santuário da Vila Nova durante todo o dia; expectativa é reunir 30 mil pessoas
Simoni Saris - Grupo Folha
O tempo chuvoso não afugentou os fiéis, que lotaram o Santuário de Nossa Senhora Aparecida do Norte do Paraná nesta quarta-feira (12), para participar das celebrações da padroeira do Brasil. Depois de dois anos suspensa em razão das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, a festa de Nossa Senhora, na Vila Nova (região central de Londrina), voltou a acontecer e atraiu milhares de devotos durante todo o dia. A expectativa era reunir mais de 30 mil pessoas, entre as missas e as atividades programadas para homenagear a santa.
A aposentada Maria Aparecida Cardoso Sanches reservou toda a manhã para acompanhar a comemoração à Nossa Senhora. Ela chegou ao santuário antes das 6 horas, fez suas orações, acendeu velas, ofereceu flores à homenageada do dia e acompanhou as missas das 7 horas, das 9 horas e das 10h30. “Eu estava com muita saudade de comemorar a festa da nossa mãezinha aqui no santuário. Há quase 20 anos que todo dia 12 de outubro eu passo a manhã toda aqui. Foram dois anos sem as comemorações e por um motivo muito triste. A gente, que atravessou essa fase com saúde, só tem a agradecer no dia de hoje”, disse.
Na família da vendedora Creusa Castoldo a fé em Nossa Senhora é passada de geração a geração. Com os pais, ela aprendeu a entregar os problemas que a afligem à santa e conta que sempre sentiu a intercessão divina na superação das dificuldades. “Já passei por um câncer, pedi a graça e fui curada. Meus pais também receberam muitas graças de Nossa Senhora. Eu vim à missa das 5 horas. Todos os anos, desde que começou, a gente vem na primeira missa. É muito emocionante poder estar aqui.”
Há dez anos, o corretor de seguros Amauri Aparecido Delfino Carneiro sofreu um acidente de moto em uma estrada pouco movimentada, durante a noite, e atribui à Nossa Senhora a sua sobrevivência. “Caí da moto no meio da rodovia, era tarde, e quando recuperei os sentidos, eu ouvi a voz de Nossa Senhora me mandando levantar e sair daquele lugar. Com muita dificuldade, levantei e fui para o acostamento. Menos de um minuto depois, passou um caminhão em alta velocidade. Se eu não tivesse me levantado, teria morrido atropelado”, relatou.
Durante o período em que esteve internado para se recuperar do acidente, Carneiro fez uma promessa à Nossa Senhora e desde então, todo dia 12 de outubro, esteja onde estiver, cumpre o prometido. Ele mora no interior de São Paulo e neste ano, esteve pela primeira vez no santuário da vila Nova. “Poder agradecer à minha vida em um lugar tão especial como esse é uma bênção.”
"AMABILIDADE MATERNA"
Pároco e reitor do Santuário, Rodolfo Trisltz entende que, entre o povo brasileiro, Nossa Senhora é vista como mediadora e a relação da santa com os fiéis é de “amabilidade materna” e essa proximidade ajudam no diálogo entre o sagrado e o terreno. “Nossa Senhora media entre nós e o Pai aquilo que o nosso coração pede e agradece. Tem muitas pessoas que precisam dessa intervenção, dessa intercessão para poderem ter uma maior abrangência da fé”, pontuou.
Revisitando a história da padroeira do Brasil, Trisltz lembrou que o surgimento da imagem de Nossa Senhora ocorreu em um momento em que os brasileiros precisavam dessa intercessão e o pároco ressaltou ainda que, desde então, os relatos de aparições da santa nunca vêm de “lugares nobres ou lugares organizados”.
“Ela sempre aparece onde tem a miséria, onde precisa. E onde ela aparece, a miséria se transforma em graça e a necessidade se transforma em abundância. Nossa Senhora tem essa sutileza nas aparições dela. Ela aparece no Brasil em um momento onde o Brasil precisava ser acompanhado, precisava ser intercedido e, até hoje, nós precisamos ter essa acolhida, essa abertura, essa transformação que Nossa Senhora traz.”
Retomar as atividades da Festa da Padroeira em 2022, disse o pároco, significa a “liberdade e a tranquilidade”. “Nós estamos desde a meia-noite recebendo romeiros e peregrinos no Santuário e nem a chuva afastou o povo de Nossa Senhora. Isso muito nos alegra e conforta o nosso coração, pois a presença deles aqui é um presente para Nossa Senhora.”
JUBILEU
Neste ano, as comemorações têm um significado ainda maior, com o encerramento do Ano Jubilar, o período de comemorações do Jubileu de Platina, pelos 70 anos como paróquia, e Jubileu de Prata, pelos 25 anos como Santuário. “Isso é o significado de história concreta, de pessoas que acreditam no projeto de evangelização divina”, disse Trisltz.
Na terça-feira (11), os pioneiros da paróquia ofertaram sete rosas de prata à Nossa Senhora, cada uma delas simbolizando uma década de trabalho no local. “O trabalho deles é tão efetivo que transformou a paróquia em santuário e hoje, isso aqui é o trabalho deles. Para nós, é muito gratificante, coroa as nossas atividades pastorais.”
ATÉ 17H
As comemorações pelo dia de Nossa Senhora Aparecida começaram à meia-noite, com a oração do terço dos homens, e prosseguem ao longo de todo o dia, no santuário da vila Nova. Foram celebradas missas às 5, 7, 9 horas e às 10h30 e, às 12 horas, houve a consagração às crianças. No período da tarde, há missas programadas para às 13h30, 15 e 17 horas. As duas últimas celebrações serão conduzidas pelo arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz.
Após a missa das 17 horas, haverá a procissão luminosa e a coroação da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
As pastorais sociais do santuário pedem a quem puder, que leve como doação um quilo de alimento não perecível ou fraldas geriátricas que serão destinados a entidades assistenciais.
Neste ano, o santuário ampliou o espaço interno para acomodar os fiéis que participam das missas. Além da nave da igreja, há outros três, todos cobertos, equipados com telões. Em dois deles, foram disponibilizadas cadeiras e, no terceiro, o público acompanha as celebrações em pé.
Também há um espaço de venda de artigos religiosos e várias barraquinhas nas quais são comercializadas velas e pães. Na praça em frente ao santuário, há ainda vendedores de alimentos e flores e foi instalada no local uma praça de alimentação.
O santuário fica na rua Grajaú, 257, mas as ruas do entorno estão interditadas para a passagem de veículos. Até as 22 horas, o tráfego estará bloqueado na rua Grajaú, entre as ruas Purus e Tietê; rua Iguaçu, entre as ruas Mem de Sá e Tietê; rua Taquari, entre as ruas Grajaú e Capiberibe; travessa Iguaçu, entre as ruas Grajaú e Iguaçu; rua Purus, entre ruas Grajaú e Capiberibe; rua Mem de Sá, entre as ruas Iguaçu e Grajaú; e rua Capiberibe, entre as ruas Purus e Taquari.
Para quem pretende ir até o local de transporte coletivo, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) colocou ônibus extras na linha 411 – Paraíso, que sai do Terminal Central e passa pelo Santuário.
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