Após encontro com FHC, ACM diz que MP do mínimo vai a votação na quarta
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 20 de abril de 2000
Por Hugo Marques
Ilha de Comandatuba, BA, 21 (AE) - O presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), afirmou hoje, após reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que pretende colocar em votação na quarta-feira (26) a Medida Provisória que reajusta o salário mínimo para R$ 151,00. ACM disse aos jornalistas que o esperavam em frente ao Hotel Transamérica não haver nenhuma divergência entre ele e o presidente. "Não há queda-de-braço", disse o senador, ao ressaltar que o desentendimento entre os dois era "falso".
ACM argumentou que não tomaria esta decisão sem antes ter convencido FHC de que pôr o assunto em votação era sua obrigação. Ele lembrou também que a votação depende de quórum em plenário. "Cabe a quem tem interesse e fez o acordo para não dar número, não dar número", disse. "E cabe a quem deseja votar, que é o PT e as forças todas, inclusive eu, estar presente", afirmou.
O senador disse aos jornalistas que pouco falou com o presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a questão do salário mínimo. A conversa, segundo ACM, foi marcada pela lembrança do seu filho Luiz Eduardo Magalhães, que morreu no dia 21 de abril de 1998. O presidente FHC também afirmou que os dois não conversaram sobre salário mínimo. "Quem entende de regimento são os líderes; nós aqui não falamos disso", disse. Os dois estiveram reunidos na biblioteca do Hotel Transamérica por cerca de 40 minutos.
Apesar das declarações de ACM, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), declarou ser favorável ao adiamento da votação da MP do salário mínimo. O deputado lembrou que o Congresso só poderá votar a MP cinco dias úteis depois de sua reedição, conforme determina o regimento do Congresso. Segundo Temer, o Congresso poderá votar na próxima quarta-feira a questão dos pisos salariais.
Hoje à noite o presidente Fernando Henrique participa de um jantar com o presidente de Portugal, Jorge Sampaio, o governador da Bahia, César Borges, e diversos políticos, entre eles ACM e Michel Temer.