Rio de Janeiro - A divulgação dos primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 ainda não tem uma data confirmada. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciou a contagem da população em agosto do ano passado, mas o levantamento vem sendo marcado por atrasos.

O IBGE indica que o uso de ferramentas tecnológicas pode ajudar a mitigar os riscos de eventuais inconsistências
O IBGE indica que o uso de ferramentas tecnológicas pode ajudar a mitigar os riscos de eventuais inconsistências | Foto: Tania Rêgo/Agência Brasil

Em uma nota publicada no dia 31 de março e atualizada posteriormente em seu site, o Ministério do Planejamento e Orçamento afirmou que o IBGE anunciaria os dados preliminares do Censo em 5 de maio. Ou seja, na próxima sexta-feira.

A questão é que, por ora, o calendário do instituto não prevê a divulgação de pesquisas nesta semana.

Consultada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Planejamento indicou que caberia ao próprio IBGE confirmar a data de publicação do Censo.

Segundo a pasta, a previsão do dia 5 de maio havia sido divulgada com base em informações obtidas junto ao instituto.

A assessoria do IBGE, entretanto, não se manifestou sobre a data de divulgação ao ser questionada pela reportagem.

O órgão de pesquisas está sob o guarda-chuva do Planejamento no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois de integrar a estrutura do Ministério da Economia na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

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A contagem do Censo começou no dia 1º de agosto de 2022. Inicialmente, o IBGE planejava encerrar essa etapa em três meses, até outubro.

O instituto, porém, enfrentou uma série de dificuldades para realizar os trabalhos. Na fase inicial da coleta, recenseadores reclamaram de atrasos em pagamentos e de valores recebidos abaixo do esperado. Isso gerou ameaças de greve e desistências de parte da categoria.

Não bastassem os problemas com os pagamentos, o IBGE também encontrou recusas de parte da população em responder aos questionários e até fake news em meio à corrida eleitoral do ano passado.

Em 1º de março, o instituto anunciou o fim da coleta do Censo, após sete meses de trabalho. Desde então, o levantamento passa pela etapa de apuração, que representa uma espécie de pente-fino sobre os dados.

Além de checar a consistência das informações já apuradas, essa fase também prevê retornos pontuais de recenseadores a endereços onde a coleta não teve respostas. Nesse sentido, o IBGE já realizou ações para ampliar a cobertura em locais como condomínios de alta renda e favelas.

O Censo costuma ser realizado a cada dez anos. A versão anterior foi realizada em 2010. A edição atual estava prevista para 2020, mas foi adiada pelas restrições da pandemia de Covid-19.

Em 2021, houve novo adiamento, mas dessa vez em razão do corte de verbas para o IBGE no governo Bolsonaro. Assim, a pesquisa ficou para 2022.

Especialistas já alertaram para o longo período de coleta do Censo, o que distanciou o término do trabalho da data de referência da pesquisa.

O IBGE, contudo, indicou que o uso de ferramentas tecnológicas ajudaria a mitigar os riscos de eventuais inconsistências.

Prefeituras, especialmente em municípios de menor porte, também já sinalizaram preocupação com os resultados do Censo. O motivo é o risco de queda na população a partir dos dados da pesquisa. Isso poderia gerar perda de recursos via FPM (Fundo de Participação dos Municípios), já que a contagem da população baliza os repasses para as prefeituras.

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