Após ataque a creche, Londrina suspende aulas e GM promete reforço na segurança de escolas

Logo após o ataque que resultou na morte de quatro crianças em uma creche em Blumenau (SC), o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), determinou a suspensão das aulas nesta quinta-feira (6) e publicou um decreto de luto oficial de três dias em solidariedade aos familiares e amigos das quatro crianças vítimas da violência que chocou o país. A Guarda Municipal e a Secretaria Municipal de Educação também convocaram coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (5) para anunciar medidas para reforço da segurança nas escolas públicas de rede municipal e definir ações para prevenção para inibir os efeitos desse tipo de atentado.

Como plano de contenção, uma das ferramentas anunciadas como canal de comunicação direta entre escolas e GM será o botão do pânico, pelo 153, por meio de aplicativo de celular. O dispositivo já é utilizado para chamados diretas de mulheres vítimas de violência doméstica ou com alguma medida protetiva. Entretanto, o Secretário Municipal de Defesa Social, Pedro Ramos, informou que existe a mesma funcionalidade voltada exclusivamente para chamadas de pânicos para órgãos municipais, como unidades de saúde e escolas. Por isso, os diretores deverão receber um treinamento específico nesta quinta-feira.

"Não podemos desconsiderar esse efeito contágio de replicação da violência. Neste momento, o objetivo é tranquilizar os pais para informar que temos adotados medidas importantes que tem sido implantadas ao longo do tempo. Temos câmeras e alarmes em todos os prédios de escolas e as cercas recebem manutenção, mas a gente sabe que para esse tipo de criminoso nenhuma barreira é suficiente. Vale alertar que Londrina não temos informação pelas forças policiais de nenhuma ameaça em andamento neste sentido, mas colocamos o aplicativo à disposição para situações de emergências para chegada rápida da viatura", reforçou o coronel Ramos.

Outra medida anunciada será a intensificação da rondas policiais nas escolas municipais e centros de educação infantil a partir de segunda-feira (10), após o recesso de Páscoa. Ramos também informou que a central de monitoramento de câmeras da GM irá focar atenção nos equipamentos instalados nos prédios de escolas de Londrina. "Nós deslocamos o controle e o bloco de câmeras das escolas serão priorizadas para segurança das crianças e funcionários neste momento. A ideia é manter uma dupla de guardas nas escolas no período de entrada e saída dos alunos, na medida do possível."

A secretária municipal de educação de Londrina, Maria Tereza Paschoal de Moraes, disse que o ataque repercutiu em toda a comunidade escolar e pontua que a prioridade neste momento é acalmar as crianças, pais e professores que estão abalados e assustados com o ocorrido em Santa Catarina, por isso o município adotou o recesso nesta quinta-feira. "Todos os diretores sairão da reunião dessa sexta com o botão do pânico instalado e sabendo como a ferramenta funciona, mas a ação mais importante agora é acalmar todo mundo. Embora as escolas estivessem preparadas para fazer atividade alusivas à Páscoa, isso não irá acontecer agora. O foco agora é tranquilizar a comunidade escolar e entender tudo isso, para gente voltar na segunda-feira, após as orientações da Guarda Municipal. Esse é o momento de ouvir quem entende e garantir a segurança dos nossos alunos."

A secretária também defendeu um olhar mais atento dos pais ao que os filhos estão fazendo nas redes sociais como um condão para evitar o aumento da violência. "A gente não deixa a criança ir na rua sozinha, mas deixa no celular. Não faz muito sentido. Temos que dar atenção e conversar muito sobre o que está acontecendo", disse Maria Tereza. Na área pedagógica, o tema deverá ser trabalho de forma lúdica. "Nós temos os personagens do programa vida com bonecos que trabalham sentimentos e inteligência emocional. Temos ainda uma equipe de psicólogos capacitados na secretaria de educação para orientar quais os protocolos nesses episódios de luto."

O prefeito de Londrina prestou solidariedade às famílias da crianças vítimas, em postagem nas redes sociais. "Compartilho com a grande dor dos pais, familiares e funcionários da creche em Santa Catarina. Só Deus para confortar à todos diante da tão brutal violência, que tirou a vida de quatro anjos de Deus", escreveu.

No município, a rede pública de educação atende pouco mais de 46 mil crianças a partir de 4 anos, em 87 escolas, 58 CEIs' (Centro de Educação Infantil) e 35 CMEI's, que são as creches filantrópicas.