O fotógrafo Celso Pacheco, que atuou na Folha de Londrina, foi cremado na tarde deste domingo (11) no Parque das Allamandas, em Londrina. Ele não resistiu aos ferimentos após ter sofrido uma queda enquanto fotografava. O acidente aconteceu na quarta (7) e ele faleceu na manhã de sábado (10).

"Ele tinha muita vida para morrer", disse o jornalista Marquinho Gomes, amigo de Pacheco há 30 anos. "Grande tomador de café, dono de casa mais organizado do mundo, um grande cozinheiro. Ele sempre foi muito chique. Uma elegância fora do comum", afirmou.

Sobre o acidente, Gomes contou à reportagem que Pacheco se afastou para enquadrar uma foto e que a queda ocorreu por conta do peso do equipamento fotográfico. “Ele deu um último clique, um último passo. Foi hospitalizado, teve um edema. Ele se foi honrando seu ofício."

Para Gomes, o sorriso de Pacheco sempre foi muito presente. "O que sempre me chamou a atenção foi esse jeito de tocar a vida muito leve. Tocava o violão com força, mas levava uma vida leve. Ele sabia ler a cara do povo muito bem. Ele tinha muita facilidade, muita observação com a sensibilidade ainda mais apurada. Ele pagava a vida fazendo social, retrato, eventos de modo geral, mas como ele tem essa veia musical muito expressiva, ele gostava mesmo era de fotografar festivais, muito balé, ele fotografou para a Funcart, por exemplo."

Celso Pacheco foi fotógrafo do Filo (Festival Internacional de Londrina) por alguns anos, além de registrar edições do Festival de Música de Londrina e estampar as paredes da Funcart (Fundação Cultura Artística) com imagens únicas.

O artesão e produtor Poka Marques, também amigo de Pacheco há mais de 30 anos, afirmou que tem a impressão de que Celsinho - como ele o chamava - passou para desmentir a máxima do Nelson Rodrigues que dizia "toda unanimidade é burra". "Nesses mais de 30 anos de privilegiada convivência, eu nunca conheci uma única pessoa que tivesse tido uma treta com o Celsinho, uma única pessoa com que tivesse tido uma desavença."

Marques ressaltou que Pacheco sempre foi uma pessoa extremamente generosa em tudo que ele fez. "E ele carregou desde que o conheci, há mais de 30 anos, o sorriso dele. É a marca que vai ficar! O Celsinho quando tocava violão, ele ria como ri uma criança brincando com seu brinquedo. Emoção muito forte. O cara era muito especial. Celsinho marcou a passagem dele por aqui."

Celso Pacheco trabalhou na Folha de Londrina, Jornal de Londrina e Correio Londrinense. Fez trabalhos incríveis com a fotografia em vários pedacinhos do Brasil. O fotógrafo de Paraguaçu Paulista teve experiências em São Paulo e em outros estados. Foram mais de 20 anos de trabalho com muitos sorrisos, viagens, comida boa e intensidade.

A música e a comida foram também muito presentes na trajetória de Bento Celso Ferraz Pacheco. Nas redes sociais, os amigos o homenageiam com textos cheios de emoção e lembranças sobre momentos únicos em que ele cantou e encantou com seu violão. Deixa a esposa Bel.