ANJ protesta contra agressão a jornalistas durante réveillon no Rio
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segunda-feira, 03 de janeiro de 2000
Por Isabel Braga
Brasília, 02 (AE) - A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou hoje nota lamentando a agressão da Polícia do Exército contra jornalistas e repórteres fotográficos que acopanhavam o réveillon do presidente Fernando Henrique Cardoso, no Forte de Copacabana, no Rio. A nota faz menção ao espancamento do fotógrafo do Jornal do Brasil, Fernando Bizerra Junior, e à agressão verbal e física ao fotógrafo Ed Ferreira e à repórter Rosa Costa, do Grupo Estado, além da fotógrafa da editora Abril, Sheila Chagas.
A ANJ pede que autoridades militares tomem as providências cabíveis e solicita aos "poderes públicos em geral a compreensão adequada para a missão da imprensa na cobertura de eventos de interesse público". "De forma diferente, significa sempre um desrespeito à liberdade de imprensa garantida pela Constituição Federal de 1988 e à própria convivência democrática", diz a nota assinada pelo presidente da ANJ, Paulo Cabral e pelo vice-presidente responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão, Renato Simões.
O porta-voz em exercício do Centro de Comunicação Social do Exército, coronel Costa Lemos, afirmou que amanhã serão anunciadas as providências para investigar a violência contra jornalistas. Segundo o coronel, caberá ao comandante militar do Leste anunciar as providências que permitirão a investigação do que aconteceu.
"Hoje é domingo e a senhora não terá informações", disse o coronel, por telefone. Costa Lemos afirmou ter conhecimento das agressões aos jornalistas apenas pelo que leu nos jornais. Segundo outra fonte do Exército, em casos como este
a praxe é a abertura de Inquérito Policial Militar para apurar se houve transgressão dos policiais. O coronel Costa Lemos não soube informar de quem partiu a ordem para a agressão aos jornalistas.
Em Brasília, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou que o presidente Fernando Henrique Cardoso não iria se pronunciar mais sobre o assunto. "O que ele tinha que dizer já disse: exigiu a identificação e punição dos culpados", afirmou o subsecretário de imprensa Tadeu Afonso.

