Ameaças anônimas de bomba tumultuam sessão da CPI em Curitiba
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quarta-feira, 01 de março de 2000
Ameaças anônimas de bomba tumultuam sessão da CPI em Curitiba2/Mar, 18:42 Por Wilson Tosta Curitiba, 02 (AE) - Duas ameaças anônimas de bomba, feitas por telefone no início da tarde de hoje, provocaram a suspensão, por cerca de 40 minutos, dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico na Câmara dos Deputados, que, desde terça-feira (29), conduziu os trabalhos na Assembléia Legislativa do Paraná. O presidente da sessão, Celso Russomano (PPB-SP), anunciou a decisão de interromper os trabalhos às 14h55, depois que a CPI recebeu ofício do coordenador de segurança da Casa, Marco Aurélio Arpino, comunicando o recebimento das ameaças, feitas às 12h30 e às 13h10. Uma varredura do Esquadrão Anti-Bombas da Polícia Militar encerrada às 15h35, nada encontrou, mas a segurança foi reforçada por agentes do Esquadrão Anti-Bombas da Polícia Federal (PF). Pessoas envolvidas não querem que a CPI chegue a nenhum lugar, declarou um dos integrantes da comissão, deputado Lino Rossi (PMDB-RS). Como sabem que o tempo é nosso inimigo, estão querendo tumultuar. O deputado afirmou que a suspensão da sessão foi apenas uma medida preventiva e ressaltou não acreditar que houvesse ameaça real de explosão. Outros parlamentares concordaram. Uma fonte da segurança confidenciou que foram dados pelo menos 40 telefonemas ameaçadores para a Assembléia, mas os dois citados no ofício foram os mais incisivos. A deputada Laura Carneiro (PFL-RJ) disse que, de todos os Estados que a CPI visitou, o Paraná apresentou o ambiente mais tenso. O deputado Robson Tuma (PFL-SP) comparou o clima de tensão ao ambiente pesado que a CPI encontrou no Acre, onde atuava a suposta quadrilha do ex-deputado Hildebrando Pascoal (sem partido-AC), mas afirmou que o Paraná o surpreendeu. ''Aqui se desafia mais'', declarou, minimizando as ameaças. ''No Acre, diziam que, se pisássemos lá, seríamos todos moros; estamos vivos, e hoje li nos jornais a notícia da concdeação do ex-deputado Hildebrando.'' No dia seguinte ao tumulto provocado pelo suposto disparo de um tiro, que teria destruído uma porta de vidro na área de acesso à sala das testemunhas, as medidas de segurança foram reforçadas. Os crachás de identificação que dão acesso ao plenarinho da Assembléia Legislativa, onde se desenvolvem os trabalhos públicos da CPI, receberam selos de identificação, e a segurança foi reforçada. Policiais civis, militares e federais circulam pela área e barram o acesso de quem não tem credencial. Foi proibido o uso de armas no plenarinho. Na confusão de ontem (01), muitos policiais sacaram revólveres e pistolas, e havia o temor de que o incidente poderia ter iniciado um tiroteio.