Alunos da Apae de Jandaia do Sul retornam às aulas após tragédia

Segundo a diretoria da Apae de Jandaia do Sul, o retorno às aulas foi decidido após uma reunião feita com pais e funcionários. “A gente tem que continuar, não dá mais para esperar para voltar porque os alunos também precisam retornar para a escola”, contou a direção, afirmando que o acidente foi uma fatalidade e que o momento ainda é muito difícil.

A direção da instituição também informou que foi feito um trabalho de orientação com professores e demais funcionários da Apae, mas não quis entrar em detalhes a respeito da conduta que será tomada a respeito de questionamentos de alunos sobre o acidente. Segundo a direção, “todo mundo está precisando de apoio para retornar às atividades”. Desde terça-feira, com o retorno das aulas, os pais estão sendo responsáveis por levar e buscar os alunos.

O prefeito em exercício de Jandaia do Sul, Dionísio Costa Alves (Podemos), explica que o município recebeu a doação de um ônibus do governo do Estado para fazer o transporte dos alunos da Apae. Entretanto, segundo ele, o ônibus é pequeno e não tem rampa de acesso para cadeirantes. “Então, nós fomos até o pátio da prefeitura e encontramos um ônibus que já é nosso e que pode voltar a prestar esse serviço aos alunos”, explica.

Segundo ele, caso a direção da Apae aprove, eles podem oferecer o serviço de transporte já a partir desta sexta-feira (24). “Nós estamos definindo qual motorista da Secretaria de Saúde fará o transporte, mas vou me reunir com a Apae para decidir quando eles querem voltar”, afirma. O prefeito em exercício conta que a frota de ônibus segue prestando o serviço de transporte para os estudantes da rede municipal de educação.

Sobre as irregularidades que foram encontradas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), em entrevista cedida à Folha no dia 16 de março, uma semana após o acidente, Alves explicou que os veículos são modelos seminovos e que apenas alguns detalhes específicos, como o retrovisor e a falta de câmera e sensor de ré, precisam ser corrigidos. Nesta quinta-feira (23), ele reiterou que essas mudanças já estão sendo orçadas pelo município, mas que o serviço de transporte dos alunos “não tem como parar”.

Sobre a situação do motorista que conduzia o ônibus no momento do acidente, o prefeito em exercício ressalta que ele está passando por um tratamento psiquiátrico com duração de cerca de 60 dias. “A situação dele não é boa”, afirma. Segundo ele, o objetivo é aguardar a melhora no quadro de saúde do motorista para então analisar quais procedimentos serão tomados. Alves não confirmou se a prefeitura vai abrir um processo administrativo disciplinar contra o motorista, que é servidor público desde o ano passado. No dia 14 de março, a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil confirmou que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista estava vencida desde o dia 23 de janeiro.

Investigação

Em nota, a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil do Paraná disse que está investigando e “realizando diligências para elucidar o caso”, sendo que o “motorista do ônibus e o maquinista já foram ouvidos” e que “testemunhas seguem sendo ouvidas”.

Por fim, a nota diz que a PCPR aguarda laudos periciais e do Instituto Médico Legal (IML) que darão auxílio no andamento das investigações.

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