No dia 23, 283 dos 314 leitos de UTI existentes em Curitiba estavam ocupados, o que equivale a 90,1%. Em Foz do Iguaçu, 83 dos 89 leitos de UTI também estavam ocupados (93,26%). A infectologista Flávia Gomide, do Hospital Nossa Senhora das Graças e Sugisawa, é membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e ressalta que os hospitais privados sofreram muito com a Covid-19. “Suspender as rotinas eletivas foi uma grande perda financeira. Agora que vislumbraram a possibilidade de voltar ao funcionamento normal, é difícil ter que parar tudo novamente para voltar a ter leitos exclusivos para Covid”, destacou. Segundo ela, o sistema público consegue se mobilizar mais agilmente.

Alta taxa de ocupação de leitos hospitalares preocupa.
Alta taxa de ocupação de leitos hospitalares preocupa. | Foto: Sérgio Ranalli/ Grupo Folha 19-05-2020

“Nós estamos nos adequando dia-a-dia. As áreas Covid que já tinham sido parcialmente fechadas (para atender pacientes clínicos com outras patologias) foram reabertas. Quando lota, a gente tenta remanejar um ou outro paciente (alguns já passaram do período de transmissibilidade) para disponibilizar uma vaga”, destacou.

Segundo ela, as pessoas cansaram do isolamento por vários motivos, principalmente financeiro e emocional. “Os jovens também descobriram que dificilmente vão ter alguma consequência pela doença e chegaram no seu limite. A absoluta maioria que pega Covid-19 não tem nenhum problema, então porque se privar da juventude por causa disso? Já bastam meses e meses restritos em casa. O problema é que quem pega, também transmite. E transmite dentro de casa para pessoas mais velhas”, enalteceu.

A Coordenadora do Serviço de Infectologia e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Nossa Senhora das Graças e Hospital Marcelino Champagnat, Viviane Hessel, também é presidente da Ceciss-PR (Comissão Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde do Paraná) e membro do Comitê Científico de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Segundo ela, a Covid não está em uma situação controlada. “ As pessoas não têm levado as medidas de prevenção muito a sério. Elas estão cansadas e querem voltar à rotina, mas a gente não pode baixar a guarda”, destacou. “A maioria dos infectados apresenta quadro leve e não tem complicação, mas de 15% a 20% exige internamento e com aumento de casos aumenta necessidade de internação na UTI”, destacou.

“Quem não vive a realidade dos hospitais não consegue perceber os problemas que essa doença pode causar. Aqueles que têm comorbidade enfrentam dificuldades de resolver a doença”, destacou.

“A gente está no meio da saúde estuda e tem embasamento para falar sobre o assunto. Está claro para nós que a prevenção é um conjunto de medidas e não só uma delas. É preciso usar máscaras para ter uma barreira para as gotículas, assim como o distanciamento social. Também é importante higienizar as mãos. Aqueles que minimizam essas medidas e não têm consciência acabam prejudicando seu entorno.”, destacou. “Não há estrutura para atender todos mundo. Isso é o que a gente quer evitar a todo custo. Ainda estamos em período crítico”, declarou.

CURVAS DE CONTÁGIO Paraná

Londrina

MAPA VEJA TAMBÉM Mapa em tempo real mostra a evolução do coronavírus no Paraná https://www.folhadelondrina.com.br/geral/mapa-do-coronavirus-no-parana-2982678e.html GRÁFICO DE CASOS POR DIA EM LONDRINA

CARDS DOS BOLETINS (PARANÁ, LONDRINA, BRASIL)