Brasília, 03 (AE) - O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), prevê poucas votações ao longo da convocação extraordinária do Congresso, que começa na quarta-feira (05). Para o deputado, a pauta com 14 propostas de emendas constitucionais e 17 outros projetos foi "pretensiosa demais" e o governo deve se dar por satisfeito se conseguir aprovar em dois turnos a proposta de emenda constitucional que prorroga o Fundo de Estabilização Fiscal.
"Se aprovarmos o FEF em dois turnos já será uma vitória monumental", avalia o deputado, prevendo dificuldades para se reunir um quórum elevado, que assegure a aprovação da proposta. Segundo Aleluia, não há um "movimento político organizado" contra a aprovação do FEF, mas existem descontentamentos em alguns setores da base governista. O deputado observa que boa parte do descontentamento que impediu a aprovação do FEF em dezembro foi resolvida com a liberação das verbas do orçamento do ano passado, mas considera que outros setores podem ter ficado descontentes com o veto presidencial ao projeto de lei que anistiava as multas aplicadas pela Justiça Eleitoral nas eleições de 98 e beneficiaria muitos parlamentares.
Aleluia disse ainda que as críticas trocadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), nas últimas semanas não sinalizam uma possível ruptura da aliança que sustenta politicamente o governo. "O presidente do Senado não tem alinhamento automático com o presidente Fernando Henrique, mas tem sido sempre muito leal a ele", afirmou Aleluia, aliado fiel e um dos principais operadores de ACM no Congresso.