Cancún, 03 (AE-DOW JONES) - Referindo-se ao dilema da América Latina de pobreza e corrupção, o presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, alertou durante o encontro de ministros de Finanças, em Cancún, para que não as lições dos protestos ocorridos em Seattle no ano passado não sejam ignoradas.
Wolfensohn alertou os 34 ministro reunidos no encontro de que eles não podem continuar a ignorar os problemas sociais que limitam o crescimento.
Os protestos ocorridos durante o encontro da Organização Mundial do Comércio em Seattle "não foram protagonizado apenas por um grupo radical que impediu a realização de nossa reunião"
disse o presidente do Banco Mundial.
"Se a quesão pobreza não for resolvida, não é possível trilhar o caminho do crescimento de longo prazo, porque a instabilidade social acaba com isso", disse Wolfensohn. Ele acrescentou que foram realizados progressos, como expectativa de vida na região cresceu para 69 anos, de 60 anos em 1970; alfabetização em 88%; taxa de mortalidade infantil caiu de 84 para 31 mortes para cada mil nascimentos.
"No entanto, os problemas relacionados com a pobreza persistem e continuam sendo um desafio", afirmou. Nos últimos 20 anos, o número de pobres aumentou em 40 milhões de pessoas, para 175 milhões, o equivalente a 36% da população total, disse Wolfensohn. Desse total, 15% vivem em situação de extrema pobreza. Entre as populações indígenas da América Latina, a taxa de pobreza é de 80%.
"Essas populações estão concentradas na Bolívia, Equador, Guatemala, México e Peru. Esse é um recorde que nenhum de nós se orgulha", disse.
A distribuição de renda na região é a pior do mundo, continou Wolfensohn, com os 20% mais pobres ganhando 4,5% da riqueza. O mesmo dado é de 5,2% na áfrica e 8,8% no Leste Europeu e no sudeste da ásia.