Adesão ao protesto
foi fraca na
região de Londrina

De Londrina
Não houve ontem qualquer manifestação de protesto de caminhoneiros ou motoristas de automóveis contra o aumento das tarifas nas praças de pedágio da região Norte do Estado. Desde a madrugada até o início da noite, soldados da 2ª Companhia da Polícia Rodoviária realizaram apenas policiamento preventivo nas praças de Arapongas, Mauá da Serra, Jataizinho e Sertaneja.
‘‘Desde as 18 horas de ontem (anteontem) que os caminhoneiros desfizeram a mobilização. Hoje (ontem), tudo transcorreu dentro do normal, sem nenhum incidente’’, comentou o comandante da Polícia Rodoviária na região de Londrina, capitão Washington Alves da Rosa.
O trânsito fluiu rápido em toda a região. Hoje, no entanto, a situação pode ser diferente. No início da noite de ontem, rumores e reuniões entre caminhoneiros nos postos de combustíveis da região apontavam que o protesto pode ser retomado na manhã de hoje.
‘‘Tem que parar tudo. Este preço é uma ladroagem’’, comentou o caminhoneiro Denílson Pereira, que mora em Uraí e diariamente tem que passar pelo pedágio de Jataizinho (21 km a leste de Londrina). ‘‘Não era nem para ter este pedágio aqui. Mas já que puseram, que seja mais barato. Com este preço dá vontade de vender o caminhão e parar de trabalhar’’.
O motorista Sebastião Carrastale, que trabalha para uma empresa moveleira de Arapongas (37 km a oeste de Londrina), comentou que o reajuste realmente foi alto, apesar de não sair do bolso dele. ‘‘Se tivesse que pagar, seria difícil. No meu caso, não pesa. Mas a empresa já avisou que repassará o aumento da despesa no preço dos produtos’’.
A mobilização dos caminhoneiros, entretanto, ressente-se da falta de lideranças na organização. Isto porque as concessionárias que exploram o pedágio no Paraná conseguiram liminares na Justiça impedindo a participação dos sindicatos da categoria no protesto.
‘‘É um absurdo esta proibição. Não estávamos programando nada para bagunçar o trânsito ou quebrar nada. O movimento é na defesa dos nossos direitos, porque os motoristas estão revoltados com o aumento’’, comentou o presidente da Associação dos Caminhoneiros do Norte do Paraná, Murilo Gonçalves. Advogados dele entraram ontem com recurso contra a liminar que impede sua participação e estipula multa de R$ 5 mil por hora de cada praça de pedágio ocupada e com atividade paralisada. (Osmani Costa)