O Sinclapol (Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná) manifestou, por meio de nota de repúdio, sua vergonha e repúdio diante da falta de assessoramento por parte do governo do estado na realização do concurso e que culminou com a decisão do Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (NC-UFPR) de suspender a aplicação da prova objetiva (da primeira fase) do Concurso Público para o provimento de cargos de Delegado de Polícia, Investigador de Polícia e Papiloscopista, todos da Polícia Civil do Paraná. “Falta irresponsável e ineficiente, que está totalmente contrária aos princípios que regem a administração pública, entre eles o da eficiência”, diz a nota.

Policiais dos estados do Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Ceará e do próprio Paraná ficaram no hotel de passagem do Sinclapol, mas não puderam fazer a prova.
Policiais dos estados do Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Ceará e do próprio Paraná ficaram no hotel de passagem do Sinclapol, mas não puderam fazer a prova. | Foto: Divulgação/Sinclapol-PR

O texto afirma que a “suspensão da referida prova poderia ter sido determinada com antecedência, no mínimo razoável, para não prejudicar os inscritos; pois o dano causado aos candidatos não foi apenas material, mas moral e psicológico; pois afetou o projeto de vida de milhares de pessoas.”

A nota diz ainda que o sindicato tomará todas as medidas necessárias em apoio e auxílio aos candidatos do concurso e tem seu jurídico à disposição.

“Os policiais sentem vergonha de uma administração pública irresponsável. Chega de incompetência! E, a todos os inscritos, nosso pedido de desculpas devido a um governo inconsequente”, declarou.

Segundo o sindicato, policiais inscritos no concurso da Polícia Civil ficaram no hotel de passagem do Sinclapol em Curitiba para fazerem a prova que seria realizada no domingo. Eram candidatos policiais dos estados do Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Ceará, inclusive do Paraná.

“O Núcleo de Concursos da UFPR cancelou a realização das provas, isso, poucas horas antes. Verdadeira falta de respeito com todos os inscritos”, criticou a nota.

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Já a Adepol-PR (Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná) também repudiou a decisão “unilateral, irresponsável e inadmissível” do NC-UFPR.

Segundo a Adepol, mais de 100 mil candidatos inscritos, oriundos não só do Paraná, mas de diversas cidades e de diferentes Estados, se deslocaram até a Capital Paranaense, mediante altos custos, na busca da realização de um sonho pelo qual estudaram e lutaram.

“Diversas ações judiciais foram promovidas em face desse concurso público por alguns candidatos -os quais julgaram que seus interesses individuais estão acima do interesse público; por algumas entidades como a Defensoria Pública e o Ministério Público que também questionaram na justiça a realização do certame, porém, o Poder Judiciário, acertadamente, indeferiu todas essas demandas, com fundamento principal no interesse público e nas informações detalhadas prestadas pela Comissão de Concursos, integrada por competentes Delegados de Polícia do Paraná”, expõe a nota.

Segundo a Adepol, essa comissão de Delegados de Polícia do Paraná provou ter tomado todas as cautelas para a realização segura do concurso, razão pela qual o Poder Judiciário, ao indeferir as demandas, chancelou a realização do concurso público da PCPR, pois considerou adequadas todas as medidas preventivas de segurança planejadas pela Comissão do Concurso.

“O Núcleo de Concurso da UFPR, banca contratada para a realização e aplicação do certame, resolveu, de última hora, poucas horas antes da prova, pegando a todos de surpresa, unilateralmente, sem mais explicações, suspender o certame. Pasmem, mas foi isso que aconteceu! Inacreditável! Uma vergonha que com certeza terá o condão de macular o nome dessa banca de Concursos e não a imagem da PCPR. Afinal, esta não coadunou em momento algum com essa decisão unilateral e descabida da banca examinadora contratada pelo Estado do Paraná para a realização do concurso”, critica a nota.

“A Comissão de Concurso da PCPR também foi surpreendida de última hora, assim como a todos, por essa desastrosa, irresponsável e inadmissível decisão da banca contratada para o certame, o NC-UFPR.”

“Esta nota de repúdio, além de demonstrar o inconformismo da classe dos Delegados de Polícia do Paraná com a banca examinadora contratada, serve para alertar o Governo de que esse Concurso Público que visa ao provimento dos mencionados cargos da PCPR é de extrema urgência, pelos motivos já expostos, e todos os esforços devem ser envidados para que o certame se realize o mais rápido possível e preferencialmente por meio de outra banca examinadora cuja idoneidade não esteja comprometida como está a do Núcleo de Concursos da UFPR. Essa nos deve explicações!”, finaliza a nota da Adepol.