Minervina Jesus dos Santos, mãe do índio pataxó Galdino, assassinado em abril de 1997, após ter o corpo queimado por cinco jovens em Brasília, disse que não perdoará Tomás Oliveira de Almeida, um dos acusados do crime. Tomás foi ouvido ontem de manhã e, durante o julgamento, pediu perdão à família de Galdino.

Minervina disse, ao sair do Tribunal do Júri para almoçar com outros índios, que não vai perdoá-lo. ''Não perdôo, não. Quero que eles acabem na cadeia. Não perdôo de jeito nenhum. Não vou perdoar o satanás.''

Azelene Kaingang, socióloga e membro da tribo caingangue, presente ao julgamento dos acusados de matar Galdino, disse que está ''revoltada com o julgamento parcial'' dos rapazes. Segundo ela, a juíza Sandra de Santis, ''nunca deveria estar presidindo o júri uma vez que foi ela quem desqualificou o crime como homicídio doloso e o caracterizou como lesão corporal seguida de morte''.

''Se os quatro acusados fossem negros, índios ou favelados já estariam julgados condenados e presos'', disse a socióloga.

Hoje serão ouvidas as 23 testemunhas, sendo 19 de defesa e quatro de acusação. O pai de Galdino, Juvenal Rodrigues Santos, seria outra testemunha de acusação, mas ele foi dispensado por ser cardíaco. (Agência Folha)