A Justiça do Pará vai julgar até o final deste ano o processo que acusa seis pessoas de assassinar e castrar 12 crianças, entre 89 e 93, no município de Altamira (PA). No processo são acusados pelo Ministério Público dois médicos, dois ex-policiais militares, um comerciante e um mulher do Paraná, Valentina de Andrade, apontada como a chefe de uma seita supostamente envolvida com rituais de magia negra.
As crianças mortas tiveram os órgãos genitais tirados com instrumento cirúrgico, segundo laudos periciais realizados na época. O delegado que presidiu o inquérito policial, Éder Mauro, disse que conseguiu reunir provas que indicavam a ligação das mortes com rituais de magia negra. ''Conseguimos encontrar uma criança sobrevivente dos rituais que apontou um dos médicos como integrante da quadrilha'', disse o delegado.
Os seis envolvidos chegaram a ser presos duas vezes, mas conseguiram habeas corpus e aguardam o julgamento em liberdade. O delegado também apontou que há conexão da seita com outros Estados. ''Depois que um dos médicos foi solto, descobrimos que ele havia se mudado para o Maranhão. Por isso, com certeza, trata-se da mesma seita que estava agindo no Maranhão'', afirmou Mauro.
Entre as provas descobertas pelo delegado estão a existência de um livro escrito por Valentina e fitas de vídeo que a mostram em rituais de magia negra com várias pessoas encapuzadas. O livro cita magias que seriam realizadas com órgãos genitais de crianças. ''O livro diz que este tipo de magia traz para as pessoas praticantes progresso, riqueza e saúde'', disse.