Acusado de morte em ônibus tem extensa ficha criminal
Auxiliar de produção foi assassinado ao defender um casal que era vítima de homofobia e transfobia
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 19 de junho de 2024
Auxiliar de produção foi assassinado ao defender um casal que era vítima de homofobia e transfobia
Franciely Azevedo - Especial para a FOLHA

Curitiba - O acusado de matar o auxiliar de produção Ozeias Branques dos Santos, de 40 anos, dentro de um ônibus do transporte coletivo de Curitiba, tem extensa ficha criminal.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (19), a delegada Camila Cecconello, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou que Vagner do Prado, de 41 anos, tem diversas passagens policiais.
"Nós checamos que ele tem antecedentes por organização criminosa, por tráfico de drogas, por roubo e por homicídio. Ele estava em monitoração eletrônica, havia sido concedida a liberdade provisória por um roubo que ele tinha cometido, então ele estava desde novembro usando tornozeleira", disse a delegada.
Ozeias morreu, na noite do último domingo (16), ao defender um casal que era vítima de homofobia e transfobia. A Polícia Civil divulgou imagens da câmera de segurança do ônibus que mostram o crime. Nelas é possível ver que Vagner e o sobrinho dele - menor de idade - entram no ônibus pulando a catraca. Logo começam a ofender e importunar um casal. Ozeias, que estava nos últimos bancos do coletivo, levanta e interfere. Neste momento, é golpeado diversas vezes pelas costas pelo adolescente, enquanto o tio o segura.
As investigações apontam que Vagner teria participação em outros dois homicídios: matou a namorada a facadas no dia 6 de junho e um homem em situação de rua uma hora antes de Ozeias.
"Foi percebido durante as oitivas das testemunhas que ele tem esse perfil bastante violento. Discutiu com a namorada e assassinou a namorada, depois discutiu na praça com outra pessoa em situação de rua e assassinou também e aí assassinou esse homem que tentou defender as vítimas de crimes de preconceito", contou a delegada.
O homem não possuía endereço fixo, por isso a polícia encontrava dificuldades para capturá-lo.
"Não tem local certo. Conversamos com algumas pessoas e por isso que nas outras situações não foi fácil prendê-lo em flagrante, já que ele não tem endereço fixo", explicou Cecconello.
Na noite da morte de Ozeias, Vagner e o sobrinho foram detidos em flagrante. Ele será indiciado por homicídio qualificado, corrupção de menores e injúria racial, que se equipara ao crime de transfobia. O adolescente também irá responder processo.

