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. | Foto: CNJ

Acusada de "acelerar" a morte de pacientes internados em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Hospital Evangélico de Curitiba para liberar vagas, a médica Virgínia Helena Soares de Souza vai a júri popular. A decisão, por dois votos contra um, foi confirmada em julgamento da 1ª Câmara Criminal do TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná) na tarde desta quinta-feira (27). A defesa disse que vai recorrer.

O caso ficou nacionalmente conhecido em meados de 2013, quando o MPPR (Ministério Público do Paraná) apresentou denúncia por homicídio qualificado à Justiça e as acusações vieram à tona. Virgínia Helena Soares de Souza era chefe da UTI da instituição e, entre 2006 e 2012, teria sido responsável por "adiantar" a morte de pacientes com o objetivo de abrir vagas para novos pacientes.

A decisão tomada na tarde desta quinta-feira representa uma vitória para o Ministério Público do Paraná já que, em 2019, a 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba havia inocentado a médica pelas mortes.

Em nota, a defesa da acusada afirma que a sua cliente sempre tomou decisões "baseadas na literatura" médica.

"A defesa sempre confiou na Justiça e em todas as provas periciais e testemunhais do processo que indicaram inexistência de fato criminoso e irá recorrer em todas as instâncias. A médica é inocente e em toda a sua carreira tomou decisões baseadas em literatura", afirmou os criminalistas Elias e Louise Mattar Assad.

Além da médica, outros quatro profissionais da UTI também tiveram o julgamento pelo Tribunal do Júri confirmado na decisão desta quinta-feira.