Brasília, 29 (AE)- Um dos eventos mais esperados hoje no Congresso é o discurso que o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) prometeu fazer no plenário. O texto já estava esboçado desde a semana passada, quando o senador tentava reagir contra o desgaste provocado pelas denúncias de Nicéa Pitta, ex-mulher do prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e pela decisão do governo de fixar o salário mínimo em apenas R$ 151 00. Os dois pontos deverão constar do discurso e há curiosidade sobre o que será falado pelo senador sobre suas relações com o governo e se ele atuará ativamente para o aumento do mínimo.
Na noite de ontem, Magalhães reuniu-se com os líderes do partido no Senado, Hugo Napoleão (PI), na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), com o presidente da legenda, Jorge Bornhausen (SC), e com os três representantes do PFL na comissão mista que discutirá a medida provisória do salário mínimo, o deputado Luis Antônio Medeiros (SP) e os senadores José Jorge (PE) e Paulo Souto (BA).
Ontem o presidente do PMDB, Jáder Barbalho (PA), que também participará da comissão mista, dava sinais de não ter pressa em votar rapidamente a medida provisória, e defendia que fossem votadas antes as medidas provisórias que fixaram o mínimo nos quatro anos anteriores, e que estão encalhadas na pauta do Congresso. Enquanto Barbalho dava esta alfinetada em Magalhães, o senador baiano anunciava no plenário um prazo exíguo para a discussão da matéria, que começa hoje com a instalação da comissão e vai até o dia 24 de abril. Os parlamentares que desejarem apresentar emendas com o objetivo de elevar o valor do salário terão que fazê-lo hoje mesmo, e a Comissão terá que votá-lo até o dia 7 de abril.