Abranet quer detalhes sobre novo portal de acesso grátis
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2000
Por Renata de Freitas
São Paulo, 10 (AE) - O presidente da Associação Brasileira dos Provedores de Acesso à Internet (Abranet), António Tavares, reúne-se nesta terça-feira com a direção da Ig, empresa que acaba de lançar um portal de acesso gratuito à rede mundial. Ele não quis fazer uma avaliação da nova iniciativa antes do encontro.
Tavares revelou que o objetivo da reunião é conhecer detalhes da operação do novo portal em nível nacional, como a rede que será utilizada e a parceria com provedores locais. O Ig (www.ig.com.br) vai estar apoiado na rede da Netstream e da Embratel.
O presidente da Abranet também vai se encontrar nesta terça-feira com a direção da Telefônica para discutir o uso da rede IP, que, por enquanto, está atendendo apenas aos bancos que oferecem acesso gratuito à Internet. Os provedores exigem as mesmas condições definidas pela Telefônica para os bancos.
"O mercado está muito agitado em função de tudo o que está acontecendo", comentou Tavares. "Precisamos de tranquilidade para negociar", afirmou. Ele está otimista sobre as negociações com a Telefônica, incluindo a redução dos critérios técnicos para utilização da plataforma ADSL (Asymetric Digital Subscriber Line), que permite a oferta de acesso à Internet em alta velocidade.
"O comunicado da Telefônica mostrou bom senso", disse Tavares. "Precisamos continuar negociando". Na sexta-feira, após entrevista do presidente da Abranet, a Telefônica negou que esteja desempenhando as funções de provedora de acesso à Internet para os clientes do Bradesco e Unibanco, mas defendeu a continuidade da negociação com os provedores. "A Telefônica vai ter que negar que é provedora para a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)", afirmou.
O presidente da Abranet informou que a entidade ainda não ajuizou qualquer ação contra a Telefônica, nem apresentou representação à Anatel e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). "Estamos trabalhando para que as ações sejam consistentes", declarou. O argumento principal será provar que a Telefônica atua como provedora contrariando a Lei Geral de Telecomunicações.

