Quem já viu o carro do Instituto de Criminalística de Londrina chegando em algum local de crime, como um homicídio, por exemplo, pode achar que o trabalho do perito termina ali, o que é uma inverdade. A elaboração do laudo que irá subsidiar as investigações da Polícia Civil continua internamente. Em 2020, 4.054 exames foram feitos pelos 14 profissionais lotados no órgão em Londrina. É uma média de quase 290 documentos por servidor.

Imagem ilustrativa da imagem Abertura de novas sedes deve desafogar atendimento na Criminalística de Londrina
| Foto: Fábio Alcover - 15-03-2017

Em comparação com 2019, a produção teve uma ligeira queda: foram 4.242 laudos emitidos. Mas essa quantidade foi despachada por 17 peritos, número maior em relação ao ano passado, uma estimativa de 250 documentos por profissional. O volume de trabalho aumentou em quase 20%. Assim como qualquer setor do poder público, o IC enfrentou licenças médicas e transferências de funcionários, contexto que acaba atrapalhando a rotina.

"A gama de atuação é grande. Vai desde morte até a perícia em um carro. Antigamente éramos em 21 peritos. Normalmente cada exame é para um inquérito policial. Quanto mais rápido ele chega, mais ágil é a investigação e o resultado disso para a Justiça", informou o chefe da Criminalística de Londrina, Luciano Bucharles.

Outro entrave para os peritos londrinenses é a área atendida. São 86 cidades do Norte e Norte Pioneiro. "Não é só fazer o laudo, mas as circunstâncias da ocorrência. Em alguns casos, perdemos muito tempo na estrada, entre ida, volta e tempo gasto no atendimento. Por isso considero que essas estatísticas são significativas. Acredito que nossa regional está entre as primeiras de volume de produção no Paraná", explicou Bucharles.

Segundo ele, a expectativa é que em 2021 a lista de municípios do IC de Londrina caia para 36. A redução aconteceria com a abertura gradual de outras sedes, como a de Apucarana, que ocorreu em novembro do ano passado. O local tem seis peritos criminais trabalhando 24 horas para 23 cidades da região, a maioria do Vale do Ivaí, além de Arapongas e Mandaguari. A intenção do governo estadual é inaugurar mais sete unidades no Estado.

Laudos antigos

Luciano Bucharles ressaltou à FOLHA que o número de exames a serem concluídos vem caindo. "Hoje precisamos concluir 450 laudos, principalmente as análises de celulares e computadores apreendidos pela polícia. Pretendemos zerar esse passivo em até um ano. Quando assumi a chefia, tínhamos 2,5 mil documentos ainda não finalizados. O volume aumenta a cada ano, mas estamos dando conta do recado", completou.