Vivemos em um mundo em que há receitas prontas para quase tudo: desde encontrar o verdadeiro amor até criar a melhor empresa do mundo e ficar milionário.

Parte da “culpa” por esse fato ocorre pela alta velocidade e abundância de informação, que nos dá a impressão de que tudo se resolve em um estalar de dedos a partir de modelos prontos. Assim como as relações humanas se tornaram mais voláteis, no mundo dos negócios não é diferente. De um dia para o outro, impérios caem em ruína, fortunas desaparecem ou pessoas enriquecem.

A tecnologia acelerou a informação, então a tecnologia pode ser vista como vilã? Não penso assim. É o ser humano que determina se a tecnologia vai “pegar” ou não. Mudamos nossa vida e nossos hábitos por causa da tecnologia ou é a tecnologia que muda nossas vidas e hábitos? Certamente é a primeira opção. Olhem o que aconteceu com os telefones após o advento do WhatsApp.

Converso muito com meus alunos, procuro observar atentamente o que acontece ao meu redor, tento entender por que certas coisas acontecem e outras não. Dias atrás perguntei na aula o que os alunos queriam saber sobre inovação e empreendedorismo e ouvi de pronto: Como ficar rico, professor? Brinquei com ela e disse que seu eu soubesse, poderia no máximo vender a informação....rs

Sempre digo quando me perguntam sobre ideias inovadoras e empresas de sucesso que inovação é sempre incerta, não tem hora para acontecer e o risco é inerente ao processo. Isto é, as pessoas e empresas que desejam inovar precisam ter consciência de que estão realizando apostas. Como não estamos em um grande cassino, as apostas precisam se basear em pesquisa científica, exemplos bem-sucedidos, opiniões sustentadas por fatos, além de outros mecanismos empíricos. No entanto, jamais podemos acreditar que existe uma receita infalível.

A melhor maneira de buscar a inovação é primeiro mudando a nossa forma de pensar e interagir com o mundo. Toda grande mudança começa por nós. Isso serve para todos, desde grandes líderes de empresa e nações, até os colaborares mais humildes. Desde um jogador de futebol, que almeja galgar novos patamares, até executivos da alta direção, os chamados C-levels, de grandes multinacionais.

Quando mudamos nosso mindset, ou mentalidade no bom português, fazemos as coisas de um jeito diferente em nossa vida. Não adianta, por exemplo, dizer que está mudando e continuar trabalhando da mesma forma ou resolvendo seus problemas sem qualquer alteração. O nível do discurso, aliás, deve ser o último a ser alterado porque quando começamos por ele, geralmente as coisas dão errado. Já aconteceu algumas vezes comigo e imagino que com vocês também.

Receita eu não tenho para vocês, mas garanto que se mudarmos nossa forma de agir podemos inovar para melhor.

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. | Foto: iStock

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*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área.