Atendimento para localizar túmulos no cemitério São Pedro demorava alguns segundos.
Atendimento para localizar túmulos no cemitério São Pedro demorava alguns segundos. | Foto: Vítor Ogawa/ Grupo Folha

O dia de Finados é quando muita gente vai visitar o jazigo da família ou de amigos e conhecidos para prestar homenagem a todos os entes queridos que já morreram. No entanto muitas pessoas enfrentam dificuldades para reencontrar os locais dos túmulos, já que guardam pontos de referência que muitas vezes são retirados ou alterados, ou mesmo há vários túmulos que são parecidos uns com os outros e que geram confusão na memória das pessoas.

A dona de casa Edna Barduzzi, 59, foi encontrada pela reportagem no cemitério São Pedro e relata que se não for acompanhada ao cemitério, as chances dela se perder são grandes. “Aqui sozinha eu me perco. Nem o do meu marido eu acho, porque é muito túmulo. A gente se perde”, destaca.

A auxiliar de serviços gerais Reny Aquino Martiniano, 51, entrou no cemitério sem prestar muita atenção nos pontos de referência e se perdeu. Carregando dois vasos de flores, ela ficou procurando atentamente alguma pista de onde está o jazigo de seus pais. “Quando venho com meu marido eu acho rapidinho. Sei que a quadra é a 14, mas acho que é para lá. Eu ainda chego lá”, garantiu à reportagem enquanto caminhava no cemitério São Pedro.

Para a analista financeira Sílvia Helena Tófolo, a grande dificuldade que enfrenta é a semelhança das sepulturas. “Nós marcamos a referência, que tinha uma grade com algo verde na frente, mas tiraram e isso dificultou a localização. Como é o túmulo de um conhecido, não é da família, então tenho dificuldade de localizar”, expõe.

Quem possui família grande tem vantagem na hora de procurar o local certo. A costureira Emília Perez, 70, afirma que é preciso uma certa estratégia para localizar os túmulos. “Estamos em quatro pessoas. Um vai para cá, outro vai para lá e a gente vai se espalhando até achar. Sei que tem uma árvore perto, mas cortaram a árvore. Já passei por muitos túmulos, mas vou encontrar. Eu acredito que se a gente for se espalhando, em 15 minutos encontramos o local”, destaca.

Quando a procura é mal sucedida, a Acesf (Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina) disponibiliza um serviço de orientação para achar o local corretos nas entradas das 13 necrópoles municipais. De acordo com o superintendente da Acesf, Leonilso Jaqueta, para as pessoas que não têm o endereço do jazigo basta ir à administração do cemitério e apresentar o nome do falecido, que os funcionários da autarquia apresentam a quadra e o número da sepultura do local. “Todos eles estão uniformizados e identificados”, destaca Jaqueta. O sistema de busca é online e permite o acesso rápido à informação.

Procura grande

Segundo o superintendente, a procura no dia de Finados é bastante grande. “A gente se preocupa muito com isso, porque tem muita gente que vem de fora visitar os túmulos. São pessoas que já se mudaram ou são que chegam ao cemitério e não se lembram mais da quadra ou da sepultura”. Ele aponta que a procura por esse serviço é grande em todos os cemitérios, mas ela ocorre em um volume maior no cemitério Jardim da Saudade (zona norte), porque é o local mais novo e está mais sujeito a mudanças nos pontos de referência. “É lá que há mais procura por essas informações”, aponta.

O cemitério São Pedro, por ser um dos mais antigos da cidade, essas dúvidas ocorriam em menor volume. Quando a reportagem foi à administração havia uma ou duas pessoas acessando esse serviço e em poucos segundos se conseguia a informação. A aposentada Patrícia de Souza, 51, tentou achar o jazigo de conhecidos sozinha e não encontrou e foi na administração do cemitério São Pedro. “Não é todo corredor que tem os números das quadras. Isso eles poderiam melhorar e implantar em todo o cemitério. O cemitério é muito grande e os túmulos são todos iguais”, aponta. Com uma rápida procura no banco de dados da Acesf foi possível descobrir a informação que ela precisava.

Fila na zona norte

No cemitério Jardim da Saudade foi preciso um pouco mais de paciência, pois desde cedo se formou uma fila que podia durar de 15 a 20 minutos. As pessoas na fila aproveitaram uma pequena sombra que se formou ao lado da edificação da administração da necrópole para se proteger do sol forte. A dona de casa Maria Aparecida Correia Dias, 62, tinha como ponto de referência um pé de manga e uma caixa d'água. “Mas mudou muito aqui. Acho que cortaram a mangueira. Entrei naquele portão principal, mas como estava cheio de gente, me perdi. Eu estou à procura da sepultura dos meus pais José Correia Dias e Maria Miguel da Conceição Dias e do meu filho. Vou tentar pegar a localização certa”, declarou enquanto esperava na fila da administração.

A dona de casa Carla Fernanda da Silva, 24, foi direto na administração do cemitério para procurar o túmulo de sua avó e conseguiu obter a localização em 15 minutos. “Eu não lembro onde é o túmulo da minha avó. Sempre tem mudança. Sempre tem alguém construindo alguma coisa e muda a característica .”

Para facilitar o acesso da população até a localização exata da sepultura de seus entes queridos, a Acesf informa que está liberado o sistema de busca de informações pela internet.

Assim, o mutuário poderá saber a localização do jazigo a ser visitado por meio de um computador antes de sair de casa ou utilizando o celular com acesso à internet no próprio cemitério.

Para isso, basta acessar o site da autarquia (acesf.londrina.pr.gov.br), clicar na aba serviços, e na imagem onde está escrito: “Local da Sepultura” ou clicar direto aqui.

Fila no cemitério Jardim da Saudade durava de 15 a 20 minutos
Fila no cemitério Jardim da Saudade durava de 15 a 20 minutos | Foto: Vítor Ogawa/ Grupo Folha