O estudo da Unesco também destacou que o envolvimento dos pais e o nível socioeconômico das famílias têm maior influência no desempenho dos estudantes do ensino fundamental no País do que a infraestrutura das escolas ou o lugar onde elas estão localizadas. Professores e pedagogos consultados pela reportagem destacaram a relação direta entre a participação dos pais e o bom desempenho dos alunos.
No Colégio Estadual Professora Olympia de Morais Tormenta, na zona norte de Londrina, a diretora Maria Cristina Braga resume a importância do acompanhamento familiar. "Quando os pais participam da rotina, geralmente o aluno é aplicado. Já os filhos de pais ausentes são os que dão problemas. A escola é reflexo da vida, talvez a necessidade de trazer os pais aqui seja a maneira que a criança encontra para chamar atenção deles", avalia.
A pedagoga Danielle Mendonça conta que a participação dos pais diminui à medida que os alunos crescem. "No 6º ano, quando o aluno chega da escola municipal, as reuniões com os pais lotam uma sala de aula. No final, são tão pouco pais que a conversa pode ser em qualquer canto", lamenta. "o método de cuidar deve ser diferente, mas não pode cessar", orienta.
A técnica administrativa da escola, Érika Dalva de Souza Vilar, de 34 anos, está grávida do primeiro filho. No entanto, ela já é referência entre as colegas quando o assunto é cuidar da educação dos familiares. Érika ajuda na rotina de estudos do cunhado, o estudante Matheus Vilar, de 15 anos. "Como sou vizinha dos pais dele, sempre auxilio e estimulo ele nos estudos. Os pais dele também são presentes, mas creio que quanto mais ajuda melhor", comenta. (C.F.)