São Paulo - Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra uma queda nas intenções de voto da presidente Dilma Rousseff (PT). A petista caiu de 43% no levantamento divulgado em março para 39%. O senador Aécio Neves (PSDB) somou 16% das intenções de voto, ante 15% no levantamento anterior. O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), obteve 8% das intenções de voto, ante 7% na mostra de março. Nesse cenário, brancos e nulos somam 26%; indecisos, 11%.

No cenário em que a ex-senadora Marina Silva (PSB) substitui Eduardo Campos (PSB) como cabeça de chapa, a presidente Dilma obteve 39% das intenções de voto. Aécio somou 15% e Marina, 13%. Na simulação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lugar de Dilma, o petista aparece com 42% das intenções de voto. Aécio obteve 17% e Campos, 6%. O levantamento foi feito entre 10 e 14 de abril com 2.002 pessoas em 140 municípios. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral no dia 12 de abril sob o protocolo BR-00078/2014.

O cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, afirmou que a pesquisa Ibope divulgada ontem mostra que a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff vencer as eleições no primeiro turno é cada vez menor. No entanto, afirmou, o eleitorado que "desembarca" da pré-candidatura de Dilma não "embarca" de maneira expressiva nas intenções de votos de nenhum dos outros dois principais pré-candidatos - Aécio Neves e Eduardo Campos.

De acordo com Teixeira, que também é mestre e doutor em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a análise das últimas sondagens aponta para uma tendência de queda da presidente, mas dentro de um cenário em que, a princípio, nenhum dos adversários dela se beneficia. "A má notícia para o governo é que, a cada pesquisa, ela (Dilma) perde não apenas eleitores, mas prestígio do governo", afirmou, em referência à avaliação positiva da gestão, que, segundo o Ibope, oscilou de 36% para 34% em relação ao levantamento divulgado em março. "Nesse cruzamento de dados, a perda de prestígio de governo leva à perda de eleitores", disse.

Conforme o cientista político, o cenário econômico de curto prazo é dos "piores" e influencia esses números. "A indústria automobilística está com altos estoques, dando férias coletivas, e a geração de emprego é muito ruim em relação a anos exteriores. Isso puxa Dilma para baixo", disse. "Se temos um cenário econômico que parece piorar, a tendência é que ela continue a perder eleitores."

Na análise de Teixeira, a pré-candidatura da ex-senadora Marina Silva a vice-presidente na chapa de Campos, se influenciar as pesquisas, só deve causar algum efeito quando ela começar a pedir votos na televisão, com o início da publicidade eleitoral gratuita. "Mas, se houver alguma mudança, será residual, pois a intenção de votos da Marina, quando ela entra num dos cenários da pesquisa, é baixa", declarou.

Imagem ilustrativa da imagem Ibope: Dilma cai de 43% para 39%