Mesclando teoria e prática, a Química tem um papel importante dentro do vestibular da UEL (Universidade Estadual de Londrina) . Para destacar o peso que tem na prova, no formato tradicional pré-pandemia, a disciplina estava presente na prova de conhecimentos específicos de 12 cursos: além da própria graduação em química, nos cursos de agronomia, biomedicina, ciências biológicas, educação física (bacharelado), engenharia elétrica, farmácia, fisioterapia, medicina, medicina veterinária, odontologia e zootecnia.

“No vestibular passado caiu muitas questões relacionadas à química. Isso mostrou que muita coisa do nosso dia a dia depende dela”, destacou a professora Cecília Duarte Lopes, que dá aulas da disciplina no Colégio Marista de Londrina. “A UEL gosta de estabelecer um diálogo entre a química e as outras disciplinas”, acrescentou.

Como argumento, a professora deu exemplos básicos do cotidiano. “Você tomaria um remédio onde um químico não tenha total certeza do que está fazendo? Ou um cabeleireiro que não lê um rótulo e não sabe o que exatamente está aplicando no seu cabelo?”, provocou. “Até mesmo na preparação de um prato de comida, é preciso entender de química”.

Imagem ilustrativa da imagem UEL quer um estudante que saiba interpretar a química
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A professora Cecília Duarte Lopes também listou quais os principais assuntos que marcam presença no vestibular. Entre os temas: termoquímica (estudo da troca de calor em reações químicas), cinética química (estudo da velocidade da reação química e os fatores que a influenciam), equilíbrio químico (onde a velocidade da reação direta entre substâncias é igual da reação inversa) e cálculo estequiométrico. Este último, de acordo com ela, foi bem requisitado na última prova. Pelo cálculo estequiométrico, por exemplo, o indivíduo consegue saber a quantidade de produtos que serão utilizados em uma reação e a quantidade de produtos que serão formados através da mesma.

“Pelos enunciados das questões, você percebe que a UEL não quer um estudante que decore, e sim alguém que saiba interpretar a química ao nosso redor, que saiba montar uma reação, e que encaixe a parte científica, dos cálculos, tudo junto”, comentou Lopes.

Ao lado do caráter mais “conteudista”, a professora indica que a Universidade Estadual de Londrina também possui seu lado social. “Também há questionamentos quanto à conduta frente aos problemas enfrentados, como o do lixo. A UEL te faz pensar a longo prazo, sobre quais os impactos das suas ações no meio ambiente”, esclareceu.

O engajamento na sustentabilidade apresentado pelo Vestibular UEL, porém, é diferente do abordado em uma prova como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Para Lopes, a UEL é mais exigente no sentido da teoria. “Preza pela exatidão. Não é só estudar teoria, ou assuntos sociais como o combustível, a emissão de gases ou a chuva ácida, é preciso conseguir trabalhar em cima dos cálculos dentro desses conteúdos”, resumiu. “Já o Enem tem essa bandeira mais sustentável dentro das situações-problema apresentadas nas questões. São movimentos diferentes”, concluiu.

No Manual do Candidato do Vestibular UEL 22, a apresentação da disciplina de química traz que “o aprendizado […] implica conhecimento e compreensão das transformações químicas, suas aplicações tecnológicas e implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas, exigindo […] o comprometimento com a cidadania e a ética […]”, e que seus conceitos e ferramentas são aplicados na interpretação dinâmica de mundo, exigindo “criatividade, iniciativa e poder de concentração”.