A prova de redação da UEL (Universidade Estadual de Londrina) volta a partir de 2023 a apresentar de dois a quatros temas que demandam diferentes habilidades de escrita dos candidatos na segunda fase do processo seletivo.

Nas últimas edições, a UEL voltou a adotar apenas um tema de redação nas provas dos vestibulares durante a pandemia da Covid19, pois a prova era realizada em um único dia e o texto pedido era o tradicional dissertativo argumentativo, o que foi considerado um retrocesso na avaliação da professora de redação do Colégio Marista, Lais Marina Souza Sorace.

“Em 2010, houve uma reformulação da prova que, ao invés de cobrar apenas um texto dissertativo argumentativo, passou a cobrar de duas a quatro propostas em uma prova de habilidade e escrita, inspirado no exame da Unicamp”, lembrou.

Chances aumentam, porém...

Ela analisa que com duas a quatro propostas, as chances de pontuação aumentam, mas por outro lado a prova eliminatória com textos mais curtos exigem “operações cognitivas diferentes” do candidato. Vale ressaltar ainda que todas as propostas pedidas pela prova da UEL devem ser respondidas.

“O aluno não deve se preparar para uma única abordagem, que é o texto argumentativo. Entre essas propostas, podem aparecer textos de diversas modalidades. Por isso é fundamental prestar atenção ao enunciado e identificar o verbo de comando que vai conduzir o candidato para aquilo que ele deve fazer”, aconselhou.

Sorace ressaltou que o estudo e preparação do candidato para a prova de redação do Vestibular da UEL tem que ser pautado na compreensão textual. “Se o candidato não entender o que está sendo pedido, ele vai zerar. A diferença da UEL para as outras universidades é que na prova não vem escrito qual o gênero textual. É a partir do verbo e daquela orientação do enunciado é que ele vai ter que detectar o que ele precisa fazer”, orienta a professora, que ainda comentou que a UEL pode exigir até compreensões de linguagens não verbais, como tirinhas e charges.

Sorace também alertou os candidatos sobre a necessidade de “desmistificar” o formato da prova da redação Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que é totalmente diferente da proposta da UEL. Enquanto o Enem possui um modelo mais tradicional com texto dissertativo argumentativo, a UEL aposta no modelo implantado a partir de 2010 com breve hiato durante as edições na pandemia. Por isso, ela sugere que os alunos estudem as provas anteriores a 2019 durante a preparação para o exame que ocorre na segunda fase em abril.

“O aluno precisa olhar com atenção para o enunciado para entender qual a operação mental necessária para escrever. Pode aparecer uma carta, resumo e texto para concluir em cinco linhas. Sabe compreender e adequar o texto a diferentes situações é fundamental na prova da UEL”, destacou.

LEITURA

A professora também ressaltou que a leitura proficiente e constante é um grande diferencial entre os candidatos na hora da redação, por conta da percepção e capacidade de entender e compreender contextos de maneira rápida.

“O candidato precisa formatar o texto ao que está sendo pedido e isso é inerente à leitura. Dizer que você é contra ou a favor é muito fácil, agora endossar o porquê disso é mais complexo. Assim, situações diferentes de comunicação exigem formatos diferentes de textos. Isso é leitura, repertório, construção de sentidos a partir de conhecimento de mundo”, analisou.

Confira o simulado e responsa às questões do Caderno 3 do FolhaVest