Serão 50 questões (36 de Conhecimentos Gerais, dez de Língua Portuguesa e Literatura e quatro de Língua estrangeira) e uma redação para resolver em cinco horas de prova. A pandemia exigiu que a UEL (Universidade Estadual de Londrina) remodelasse o Vestibular 2021 e reduzisse o processo seletivo de duas fases e três dias para fase única em um dia. Apesar das alterações, a UEL mantém rigor na elaboração da prova, por isso, candidatos devem se preparar para enfrentar essa configuração excepcional do concurso.

A UEL tem um histórico de provas com alto nível de exigência, com base no currículo do Ensino Médio e buscando selecionar o candidato que esteja alinhado com o que a universidade espera. “É uma tarefa muito difícil condensar todo o conhecimento introduzido na educação básica em 50 questões. Então, os elaboradores da prova selecionaram os pontos essenciais para esse processo, pois não é uma prova de medir conhecimento, nosso objetivo é fazer uma classificação do perfil do candidato que a universidade espera, que é o aluno que tenha autonomia e leitura de mundo”, afirma Sandra Garcia, coordenadora da COPS (Coordenadoria de Processos Seletivos), da UEL.

O modelo aplicado no Vestibular da UEL 2021 é um modelo excepcional e ainda não há discussões se deve se manter nesse formato nos próximos anos. Por conta da pandemia e da condensação do formato, a coordenadora conta que o processo de seleção foi prejudicado. “Todas as nossas atividades estão prejudicadas, todas as áreas foram prejudicadas, a gente tenta fazer o máximo possível para que o estudante seja respeitado. A gente está tentando fazer com que esta seja uma prova que vai dialogar com as condições do estudante para um processo de seleção que seja justo”, comenta a coordenadora.

Apesar das alterações, o processo de elaboração seguiu o mesmo rigor das edições anteriores. Desde março de 2020, os professores que fazem parte da comissão de seleção têm se reunido semanalmente para discutir as questões das provas. São dois professores selecionados para cada área do currículo do Ensino Médio. Na reunião, eles discutem sobre as questões para formatar uma prova temática e interdisciplinar.

PREPARAÇÃO

Com a reformulação, muda também a estratégia de estudo. “Agora, especificamente as questões de Língua Portuguesa e Redação ganham muito peso. No modelo anterior, o aluno tinha o hábito de estudar só para aquela disciplina que era específica, contemplada na segunda fase. Ele precisou parar de dar esse foco e precisa ter cuidado em Conhecimentos Gerais e na Língua Portuguesa, que ocupa peso grande na prova”, afirma Nilson Douglas Castilho, coordenador do ensino médio da unidade londrinense da rede Colégios Maristas.

Apesar do formato em uma única etapa, a COPS indicou que só serão corrigidas as redações dos candidatos classificados nas provas de Conhecimentos. Para isso, o candidato precisa ter aproveitamento de, no mínimo, 26% da pontuação total das questões e não zerar nenhuma das partes das provas, dividida em Conhecimentos Gerais, Língua Portuguesa e Literaturas em Língua Portuguesa e Língua Estrangeira.

Para cursos com concorrência de até 15 candidatos por vaga, será corrigida a quantidade de redações equivalentes até três vezes o número de vagas ofertadas por sistema de inscrição. Nos cursos de concorrência acima de 15 candidatos por vaga, o número de redações corrigidas aumenta para o equivalente a cinco vezes o número de vagas ofertadas.

Dessa forma, a redação ganha característica de segunda etapa. “A redação ficou com peso cinco e vai ser critério de aprovação ou não. Tendo visto esse grande peso na decisão, nós valorizamos o texto dos alunos”, menciona Castilho. Assim, os alunos passaram a ter mais atividades nessa área. Para a Prova de Conhecimentos, o colégio adotou a aplicação periódica de simulados já no novo formato. “Assim que a UEL divulgou como seriam as provas, nós começamos a aplicar os simulados no mesmo modelo. Fazer simulados ajuda bastante”, afirma.

Considerando o contexto da pandemia e prejuízo na educação, principalmente para os estudantes de escola pública, o professor acredita que a UEL deve adotar questões mais clássicas, tradicionais - ainda que interdisciplinares - a questões completamente focadas à temática escolhida para a prova.

Professor sugere que o estudante treine fazendo o simulado de máscara, porque o uso pode ser sufocante e no dia da prova todos deverão estar com o acessório
Professor sugere que o estudante treine fazendo o simulado de máscara, porque o uso pode ser sufocante e no dia da prova todos deverão estar com o acessório | Foto: iStock

Com uma hora a mais de solução das questões, Castilho orienta que os alunos treinem em simulados para poder distribuir melhor o tempo e a desenvolver o melhor planejamento, decidindo por onde é mais fácil começar, se pela redação ou pelas questões de múltipla escolha. O aluno pode fazer o treino em casa, tentando cumprir a resolução de 50 questões de prova e uma redação em cinco horas, mas traz uma dica: “faça o simulado de máscara, porque o uso pode ser sufocante e no dia da prova todos deverão estar com o acessório”, sugere.

O coordenador aponta que o momento já pressupõe uma questão emocional do vestibulando que será intensificada com os cuidados diante das medidas de segurança na pandemia. Uma estratégia para reduzir a ansiedade é tentar organizar aspectos que podem ser antecipados, como conhecer o local de prova, a logística e a organização da documentação. Nessa reta final da preparação, também é indicado que os alunos foquem nas disciplinas que têm mais dificuldade e que não caiam na armadinha de querer estudar tudo de uma vez e de última hora.