Vitrina tecnológica
Empresas que participam do Show Rural não têm a preocupação principal de fazer vendas no local, mas de mostrar aos agropecuaristas o que produzem de insumos, máquinas e equipamentos, o que faz a ‘‘propaganda’’ para negócios futuros. Além disto, trata-se da manutenção do nome e, as empresas novas têm a oportunidade de entrar no mercado. Durante o evento têm sido feitos lançamentos nacionais, como ocorreu com máquinas orientadas por satélite (a chamada agricultura de precisão), e foram apresentadas novas técnicas de cultivo e manejo de lavouras e rebanhos.
Este ano foram apresentados 4,6 mil experimentos, com 72 hectares ocupados por parcelas de soja, milho, algodão, feijão, sorgo e outras culturas; pecuária de corte e leite, suinocultura e criação de outros animais. Os produtores aprendem, com os especialistas, todas as etapas do processo produtivo segundo as novas técnicas desenvolvidas ao longo do ano anterior. Também há preocupação em estimular a preservação do meio ambiente, para garantir a qualidade do solo, água, ar e demais componentes do ecossistema. Além disso, foi dada atenção especial em relação a produtos químicos - o que motivou inclusive a visita.
Um dos locais que mais chamaram a atenção foi a área ocupada pela Emater, que montou uma maquete de uma propriedade ‘‘ecologicamente correta’’, segundo Renato Jasper, gerente local da empresa pública de assistência técnica e extensão rural. Arbustos, gramíneas e plantas na fase inicial de crescimento, e miniaturas (inclusive brinquedos) simularam lavouras e árvores adultas, e carros, maquinaria e equipamentos. O enfoque central foi para a água e a necessidade de sua preservação. Já o Iapar destacou o sistema de plantio direto e uma nova raça de gado - Purunã - que está sendo acrescentada ao rebanho paranaense.
Empresas privadas também apresentaram suas novidades, e uma delas (a Monsanto) montou um ‘‘túnel tecnológico’’, um dos maiores estandes do Show, com temperatura e umidade do ar controladas por vaporizadores de água no teto, para conforto dos visitantes, que receberam dos técnicos informações sobre pós-colheita, integração agricultura-pecuária, renovação de pastagens e plantio direto de milho, entre outros. A empresa também apresentou o único herbicida absorvido em 60 minutos, com controle total de plantas daninhas, e um seguro que passa a ser oferecido este ano para o plantio da safrinha de milho.
A Monsanto, assim como outras empresas, também estimulou técnicas como plantio direto de milho, que evita erosão e remoção de nutrientes do solo (e mantém sua umidade) pela grade e o arado, reduz o uso de herbicidas e inseticidas e os custos gerais, resultando em ganhos de produtividade. Outra empresa (a Cargill) divulgou novos híbridos de milho, um com maior potencial produtivo em altas populações (de pés), grande uniformidade de espigas e resistência ao acamamento, e outro mais tolerante ao alumínio tóxico, que absorve com mais facilidade água e nutrientes profundos, com as mesmas e outras vantagens.(P.R.P.)