Das 43 vilas rurais da região de Campo Mourão, 34 estão apostando no café adensado como principal alternativa de renda. Com isso, até o final do ano, todas elas juntas já terão plantado 1,34 milhão de mudas de café, o equivalente a uma área de cerca de 170 hectares. A estimativa é do escritório regional da Emater em Campo Mourão. Até o início deste ano estavam tinham sido plantadas 580 mil mudas nas 34 vilas que aderiram à cultura.
Dentro de três anos, quando a produção estiver a todo vapor, as vilas rurais da região de Campo Mourão produzir cerca de 5,5 mil sacas de café. O agrônomo Luiz Antônio Caldani, da Emater, garante que a cultura é viável nas vilas rurais. Em Corumbataí do Sul (51 km a leste de Campo Mourão), por exemplo, onde todos as 38 famílias da vila rural aderiram ao café, a renda mensal com a cultura deverá ultrapassar os dois salários mínimos.
Vantagens‘‘O café não precisa de irrigação, não usa muito agrotóxico e tem mercado garantido durante o ano todo’’, ressalta o agrônomo sobre as vantagens da cultura. Os vileiros gostaram da idéia. Em sete vilas rurais da região, o café foi plantado por todas as famílias locais. Somente em Corumbataí do Sul, foram plantadas 70 mil mudas. Todos já estão produzindo. O recorde pertence à Vila Rural Recanto Verde, de Terra Boa, com 80 mil pés de café plantadas.
Para este ano, a estimativa é de que mais 800 mudas sejam plantadas. Somente na segunda vila de Terra Boa - Nova Jerusalém - estão previstas mais 156 mil mudas. Outras 116 mil mudas estão sendo plantadas na Vila Rural de Valinhos, em Luiziana. Caldani orienta, porém, que não mais do que a metade da área de plantio das unidades seja destinada ao café. Isso significa uma área plantada máxima de 2 mil metros quadrados.
José Antônio Apolinário, 38 anos, foi um dos 32 moradores da Vila Rural Sol Nascente, em Araruna (19 km ao norte de Campo Mourão), que apostou no café. Ele está com 500 mudas já produzindo e outras 1,6 mil que acabaram de ser plantadas. ‘‘Já fiz duas catas, mas a primeira colheita boa será no ano que vem’’, diz Apolinário. Dentro de três anos, ele espera colher 100 sacas de café e faturar pelo menos R$ 5 mil.
‘‘Me animei como café porque ele dá mais chances da gente conseguir lucro e poder comprar alguma coisa’’, ressalta Apolinário. Ele vive com a mulher e dois filhos. Renda extra, só do filho maior, de 16 anos, que trabalha numa indústria de móveis de Araruna. Segundo ele, o café apresentou vantagens até com as bananeiras plantadas como quebra-vento. A banana-maçã vem garantindo uma renda mensal superior ao valor da prestação da casa (R$ 18,83). -