O mercado de máquinas agrícolas está cada vez mais aquecido. Segundo a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o faturamento com a venda desses equipamentos cresceu 62% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período do passado, saltando de R$ 4,5 bilhões para R$ 7,3 bilhões.

Imagem ilustrativa da imagem Vendas de máquinas agrícolas cresce 62% nos três primeiros meses de 2021
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“As altas nos preços das commodities, a nova safra recorde, o real desvalorizado, entre outros fatores têm estimulado os investimentos no campo na busca por ganho de produtividade”, explica João Marchesan, presidente do Conselho de Administração da Abimaq.

Ele acrescenta que o quadro de recuperação teve início no final do segundo trimestre de 2020 e manteve-se pelos trimestres seguintes, o que permitiu ao setor, ainda em 2020, registrar crescimento de 6,3% em comparação ao ano anterior.

“Mantido o atual volume de produção, devemos registrar aumento de mais 20% em 2021. Crescer quase 30% em apenas dois anos é um número muito positivo para indústria de máquinas e implementos agrícolas”, destacou.

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Marchesan acrescenta que a mecanização do campo não se traduziu em aumento do desemprego. Ao contrário: o forte aumento da demanda por máquinas elevou a contratação de mão de obra em mais de 18% nas indústrias fabricantes de máquinas e implementos. O quadro pessoal, que em março de 2020 era de 45.160 pessoas, em março de 2021 já estava em 53.715 funcionários.

As importações brasileiras de máquinas agrícolas também registraram alta no primeiro trimestre do ano, na comparação com mesmo período de 2020 (12,9%), mas trata-se, na sua maioria, de aquisição de bens não produzidos localmente.

“O setor de máquinas agrícolas nacional se destaca internacionalmente pela inovação tecnológica. É um dos setores da indústria de máquinas que mais contribui com o superávit na balança comercial brasileira.”

O cenário de crescimento na produção e no emprego do setor tem a ver com a colheita recorde de grãos na safra 2020/21, às boas expectativas para a temporada 2021/22 e à elevação do preço de commodities, como soja e milho, no mercado internacional, aliados à alta do câmbio.

Fatores que promoveram o incremento da rentabilidade dos agricultores. “Mais capitalizado, o agronegócio está investindo na atualização das máquinas. Enquanto esse cenário se mantiver favorável, a produção e as vendas devem continuar fortes, inclusive durante todo o ano de 2022”, projeta.

Esses resultados mostram que a pandemia pouco afetou o setor de máquinas agrícolas. “O mercado de máquinas agrícolas está aquecido como poucas vezes na história. O Brasil se tornou um grande fornecedor de alimentos para o mundo. Temos ótimas perspectivas para o médio e longo prazo. Vamos trabalhar com atitude, positividade, protagonismo e otimistas para atender as demandas que virão nos próximos meses”, conclui o presidente do Conselho de Administração da Abimaq.

Conectadas e inteligentes

Novas linhas de máquinas alinhadas com a agricultura digital

Na esteira desse bom momento do agro, fabricantes estão intensificando os lançamentos para atender a demanda crescente no campo.

A New Holland Agriculture acaba de lançar a sua nova linha de tratores de alta potência. As máquinas contam com uma arquitetura eletrônica embarcada de fábrica totalmente remodelada e voltada para a agricultura digital, conectada e de alta performance.

Os tratores T8 e T9 PLM Intelligence trazem um novo conceito que busca melhorar a eficiência, entregando maior produtividade com menor custo operacional ao cliente. A nova família de tratores envolve potências que variam de 250 a 630 cavalos.

Arrojado sistema de telemetria figura entre as novidades trazidas pelo trator recém-lançado
Arrojado sistema de telemetria figura entre as novidades trazidas pelo trator recém-lançado | Foto: Divulgação

“O bom momento vivido pelo agronegócio tem estimulado o crescimento do segmento de tratores grandes, acima de 240 cavalos, pois os produtores estão buscando maior produtividade, aumento da escala e redução de custos. Estamos com boa parte da produção dos dois modelos já vendida”, destacou Rafael Miotto, vice-presidente da New Holland Agriculture para a América do Sul.

Entre as novidades dos novos modelos está o arrojado sistema de telemetria, com possibilidade do produtor saber exatamente o que está acontecendo no campo enquanto está no escritório ou em casa. Remotamente, é possível verificar por completo a operação do trator.

Existe ainda a possibilidade de o produtor compartilhar as informações dos tratores com a concessionária e com a fábrica, o que abre um leque enorme de possibilidades.

“O cliente pode ter suporte mais rápido e preciso para qualquer intervenção necessária no trator. Para o fabricante, será possível fazer um monitoramento constante para projetar a fabricação de produtos sempre mais robustos e precisos. E a concessionária pode, por exemplo, monitorar quando será necessária a revisão do veículo”, lista Eduardo Luis Kerbauy, diretor de mercado Brasil da New Holland Agriculture.

T8 integra nova linha de tratores da New Holland: totalmente voltado para agricultura digital
T8 integra nova linha de tratores da New Holland: totalmente voltado para agricultura digital | Foto: Divulgação

Com os novos portais de telemetria, o myplmconnect e o mynewholland, o produtor poderá melhorar o controle da frota, dar suporte às operações agrícolas e aprimorar a gestão da propriedade, com dados que podem ser acessados da própria máquina, do escritório ou da tela do seu smartphone.

“O novo conceito de PLM Intelligence lançado pela marca traz um pacote de agricultura digital, sendo que a agricultura de precisão está dentro dos tratores”, conclui o diretor. Os valores de referência dos modelos partem de R$ 1 milhão, podendo variar bastante conforme as configurações.

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