Uma importante fonte de energia
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sexta-feira, 21 de fevereiro de 1997
Silvana Leão
Arquivo FRDo fubá à mineração, o milho e seus derivados são utilizados nos mais diversos setores da indústriaEmbora seja um dos alimentos mais nutritivos que existem e o seu aproveitamento na alimentação humana esteja crescendo nos últimos anos, o milho ainda é pouco consumido pelos brasileiros, se comparado ao que países como o México e os da região do Caribe consomem. Por aqui, a perda de espaço começou no final da década de 50, graças a uma grande campanha em favor do trigo.
Puro ou como ingrediente de outros produtos, o milho é uma importante fonte energética para o homem. Ao contrário do trigo e do arroz, que são refinados durante seu processo de industrialização, ele conserva sua casca, que é rica em fibras, fundamental para a eliminação das toxinas no organismo humano. Além das fibras, o grão de milho é constituído de carboidratos, proteínas, vitaminas (complexo B) e sais minerais (ferro, fósforo, potássio, cálcio), óleo e grandes quantidades de açúcares, gorduras, celulose e calorias.
Maior que as qualidades nutricionais do milho, só mesmo sua versatilidade para o aproveitamento na alimentação humana. Ele pode ser consumido diretamente ou como componente para a fabricação de balas, biscoitos, pães, chocolates, geléias, sorvetes, maionese e até cerveja. Cultivado em todo o País, também entra na composição de pratos típicos, como cuscuz, polenta, angu, bolos, canjicas e mingaus, entre outros. Porém, a maior parte da produção é utilizada na alimentação animal, e chega até nós através dos diversos tipos de carne (bovina, suína, aves e peixes).
Baixo consumoSegundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Moageiras de Milho (Abimilho), somente cerca de 15% da produção nacional se destinam ao consumo humano e, mesmo assim, de maneira indireta na composição de outros produtos. A Associação acredita que isto se deve principalmente à falta de informação sobre o milho e uma maior divulgação de suas qualidades nutricionais.
Num país como o Brasil, com imensas áreas cultiváveis e com graves problemas de desnutrição, mais do que uma questão comercial, o aumento do consumo de milho por parte da população é antes de tudo uma solução social, diz material publicado pela Abimilho, que lembra também a necessidade de um esforço por parte de todos os segmentos para reverter esta situação.
AplicaçõesO milho e seus derivados são utilizados nos mais diferentes setores, que vão da fabricação do fubá ao seu uso na mineração. Os produtos de uso industrial são matérias-primas para o próprio setor moageiro, para as indústrias alimentícias em geral e para uma infinidade de empresas que utilizam o milho e seus derivados como componentes dos mais variados produtos.
Da canjica especial, por exemplo, são feitos fubás (fino, médio e grosso), canjiquinha, farinha, creme de milho e flocos (cuscuz). Os demais produtos são utilizados na fabricação de fecularias, pipoca-doce, salgadinhos de milho e corn flakes, nas indústrias de macarrão, bolos, biscoitos e pães. A indústria de mineração também utiliza o cereal para a flotação de minérios. Como se não bastasse, os amidos de milho entram na formulação de produtos de limpeza, filmes fotográficos, plásticos, pneus, tintas e fogos de artifício, entre outros.
Alguns produtos destinados ao consumo humano, como os xaropes de glicose de milho, são utilizados como matérias-primas para a fabricação de alimentos infantis, produtos de chocolate, leite condensado, refrescos, queijos, molhos e aperitivos. Outros entram na fabricação da canjiquinha e do creme de milho. O fubá mimoso é utilizado como ingrediente na indústria de colorau e o líquor de milho, resultado da maceração do grão, entra na composição de antibióticos, produtos farmacêuticos, leveduras e fermentos.
Atualmente, garante a Abimilho, todos os produtos da indústria moageira nacional são fabricados com as mais modernas técnicas de produção. Podem ser encontrados em todo território nacional e alguns, como o óleo e o farelo de germe de milho, são exportados para toda a América Latina.