Trigo começa a ganhar a paisagem nos campos do sul do Brasil
Conab projeta aumento de 4,6% na área plantada em relação à safra anterior
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sábado, 27 de abril de 2024
Conab projeta aumento de 4,6% na área plantada em relação à safra anterior
Reportagem local
O outono chegou e com ele a paisagem no campo começa a mudar, no sul do Brasil. As lavouras de soja, milho vão dando lugar ao trigo e outras culturas de inverno.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta um aumento de 4,6% na área de plantio de trigo em relação à safra anterior, totalizando 1,1 milhão de hectares no Estado. Esse crescimento é impulsionado tanto pelo preço atrativo quanto pela crescente demanda interna, além dos incentivos governamentais visando reduzir a dependência do país pela importação do grão.
No Paraná, o trigo assume um papel de destaque entre as culturas de inverno. O plantio já se inicia na região Norte, onde o clima ainda é mais ameno, e progressivamente se estende às áreas mais frias do Estado, finalizando até junho. Os agricultores, naturalmente, monitoram de perto as previsões do tempo, moldando suas estratégias.
O engenheiro agrônomo da Belagrícola, Alexandre Yamamoto, destaca a transição do El Niño para a La Niña, sinalizando um inverno mais úmido e frio na região sul do Brasil. Esse cenário tende a favorecer o desenvolvimento das plantas ao garantir uma maior disponibilidade de água no solo durante o ciclo da cultura, ao mesmo tempo que reduz o estresse hídrico, essencial para uma produção saudável. No entanto, há desafios a serem enfrentados, como o excesso de chuvas, que pode complicar o plantio e a colheita, e as geadas tardias, que representam uma ameaça às plantas em desenvolvimento.
O momento do plantio é importante para o sucesso da safra, alerta Yamamoto. O atraso, muitas vezes causado por condições climáticas desfavoráveis, pode resultar em uma série de complicações, incluindo a redução da produtividade, o aumento de doenças e pragas, além de dificuldades na colheita e na qualidade dos grãos. Por outro lado, diz o engenheiro agrônomo, semear no tempo adequado traz uma série de benefícios, como a menor incidência de doenças e pragas, a melhoria da qualidade dos grãos e a possibilidade de cultivo subsequente de outras culturas, otimizando o uso da terra.
Histórico climático
É essencial que os produtores estejam cientes do histórico climático de suas regiões para evitar perdas devido a geadas. Além disso, qualquer investimento deve ser cuidadosamente avaliado em termos de custos, riscos e retornos potenciais.
“No entanto, investir no cultivo de trigo pode trazer uma série de benefícios, também a sustentabilidade do solo, incluindo a melhoria da fertilidade, o controle de pragas e doenças, o aumento da produtividade e a prevenção da erosão do solo”, esclarece Yamamoto.
Manejo
O produtor também tem que dar especial atenção ao manejo da cultura para alcançar alta produtividade. O agrônomo Alexandre Yamamoto alerta para os aspectos essenciais:
Planejamento: Escolha da cultivar adequada, análise e preparo do solo, e manejo da palhada para garantir um ambiente propício ao crescimento das plantas.
Semeadura: Seguir o calendário agrícola recomendado para cada região, ajustar a densidade e profundidade de semeadura para otimizar o crescimento das plantas.
Adubação: Utilizar os resultados da análise de solo para realizar adubações de base e de cobertura, escolhendo fontes de nutrientes adequadas.
Controle de pragas e doenças: Monitorar regularmente a lavoura, utilizar métodos de controle integrados e produtos fitossanitários registrados.
Controle de plantas daninhas: Adotar medidas preventivas, controle mecânico e químico, e integrar diferentes métodos de controle.
Irrigação: Monitorar a umidade do solo e utilizar sistemas de irrigação eficientes para atender às necessidades hídricas da cultura. (Com assessoria de imprensa da Belagrícola)