Cooperativa aposta no suco da tangerina para elevar o consumo da fruta
Cooperativa aposta no suco da tangerina para elevar o consumo da fruta | Foto: Coopavale/Divulgação

Cidades do Vale do Ribeira – principalmente Cerro Azul, Doutor Ulysses, Rio Branco do Sul e Itaperuçu – puxam a movimentação econômica e de volume de diversas variedades de tangerina (veja o gráfico) e, claro, acabaram fomentando programas para a comercialização das frutas, principalmente na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Um deles é uma iniciativa do Programa de Desenvolvimento Produtivo Integrado da Região Metropolitana de Curitiba (Pró-Metrópole), que abrange diversas entidades como cooperativas locais, Fiep, Sebrae, Faep, Seab, Iapar, entre outras. O movimento é de interesse público, sem fins lucrativos, com foco no desenvolvimento produtivo dos municípios próximos da capital.

Na safra passada, foi lançado o selo de qualidade Poncã do Vale do Ribeira, em que os produtores selecionados só podem utilizar o selo caso cumpram diversas exigências de manejo – um protocolo rigoroso - como colheita da fruta quando o percentual mínimo de grau brix da fruta (doçura) estiver em 7,5º, corte com tesouras adequadas que evitam material excedente do cabo e folhas, coloração adequada, padrão de três tamanhos, sacolas de manuseio com boca armada para evitar danos às poncãs maduras e transporte, ausência da mosca da fruta, entre outras exigências.

Débora Aparecida do Nascimento é produtora na cidade de Cerro Azul e presidente da Coopavale (Cooperativa de Processamento Alimentar e Agricultura Familiar Solidária do Vale do Ribeira Paranaense). Ela explica que a produção da cooperativa hoje, que conta com 62 produtores, é de três mil caixas por safra. “Com o selo, é possível buscar diretamente o consumidor final e ter o reconhecimento do público. Hoje nossa produção (com o selo) ainda é pequena.”

Outra estratégia importante das cooperativas da região e que tem sido abraçada pelo consumo dos curitibanos é o suco de tangerina. Um projeto da capital chamado Armazém da Família - que oferece alimentos básicos e de primeira necessidade a preços em média 30% mais baixos para pessoas com até cinco salário mínimos na Capital e RMC – colocou o suco entre os itens desde novembro do ano passado. Só Coopavale já comercializou 8 mil litros de suco até aqui. “O PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) também deve ter nova assinatura nas próximas duas semanas e a nossa comercialização de suco deve chegar a 23 mil litros para Curitiba”, relata a presidente da cooperativa.

Agora, com “o apoio institucional conquistado”, Débora relata que é preciso mostrar aos produtores que é possível ganhar dinheiro sem passar o produto para intermediários ou atravessadores, algo que ainda está arraigado na cultura da região desde quando a produção iniciou, na década de 1960. “Nossa grande dificuldade é fazer os produtores internalizarem o senso de cooperativismo.”

MAIS:

- Confirmado risco de geadas na zona cafeeira do Paraná

- Pequenos produtores de Londrina ainda faturam com a fruta

- Mesma fruta, nomes diferentes