Maria Piza dedica em torno de 500 metros quadrados de sua chácara para a produção das flores: mudas foram plantadas há cerca de um ano
Maria Piza dedica em torno de 500 metros quadrados de sua chácara para a produção das flores: mudas foram plantadas há cerca de um ano | Foto: Ricardo Chicarelli



Maria Aparecida Toledo Piza trabalhou mais de três décadas na área de enfermagem e ainda se formou em Tecnologia e Processamento de Dados. A proativa moradora da região da Fazenda Nata, no Limoeiro, entrou para a associação da localidade como voluntária e percebeu como havia muitos proprietários de pequenas áreas com terra inativa. "Muita braquiária sem boi pastando", brinca ela. Terra parada é sem, dúvida, sinônimo de perda de dinheiro.

Maria Piza, que já havia trabalhado com orquidário com orientação do professor Ricardo Faria, da UEL, o convidou para conversar com os moradores da região, no início de 2017. Para sua surpresa, o papo foi sobre flores tropicais ao invés de orquídeas. "Dessa reunião saíram pessoas interessadas e eu me tornei a coordenadora do projeto dentro do município."

Agora, as 15 produtoras estão investindo em suas áreas e começando o trabalho gradativo com as mudas. "Quatro delas já estão sendo acompanhadas pelo Sebrae. Uma vez por mês estamos nos reunindo (em consultoria) para o andamento do projeto e sua viabilidade econômica. No dia 7 de agosto teremos uma nova reunião", adianta.

As projeções da coordenadora são as melhores possíveis para, quem sabe, num futuro próximo chegar a ter uma "ceasa de flores" em Londrina, como já acontece em São Paulo. "Quanto mais produtores se juntarem, mais oportunidade teremos para conseguir um volume maior de produção. Londrina hoje não tem um polo de flores...já levei algumas amostras para a feira de orgânicos que realizamos, mas ainda não comercializei."

A produtora dedica em torno de 500 metros quadrados de sua área para a produção das flores, e as mudas já foram plantadas há aproximadamente um ano. "A maior dificuldade até aqui, sem dúvida, é a mão de obra para a preparação do solo, que gera custo. Em relação às plantas, embora elas sejam de sol pleno, eu ainda tenho encontrado dificuldade porque não tenho sistema de irrigação e elas estão sofrendo com o clima, por isso o sistema de agrofloresta acaba sendo interessante."

Ela explica que esse consórcio com outras culturas tem ajudado bastante as flores, retendo a umidade do solo. "Ano passado plantei com alface orgânica e agora aumentei a diversidade, com mandioca, mamão, milho de pamonha, rabanete, entre outras culturas. Gosto das flores, elas me trouxeram qualidade de vida e o projeto tem tudo para dar certo", projeta.