Sindiavipar aposta em incremento nas vendas para a China e países árabes
Sindiavipar aposta em incremento nas vendas para a China e países árabes | Foto: Saulo Ohara/27-2-2014

Muito se fala sobre como o novo status paranaense pode auxiliar os setores de bovinos e suínos, que são animais suscetíveis à febre aftosa. Mas chegar a esse patamar sanitário – conforme o estudo do Deral – pode impactar sim em outras proteínas, como é o caso das aves, que já têm uma cadeia muito bem consolidada no Estado. Apesar da doença não atingir o setor avícola, para o Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), toda essa movimentação demonstra “a maturidade do serviço” da Seab e Adapar.

O presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, relata que o setor avícola estadual já tem um “status maravilhoso - longe de doenças como Influenza e Newcastle (DNC)” – o que já é fruto do trabalho de vigilância paranaense. “Área livre de febre aftosa sem vacinação é um status mundial e conquistar essa posição significa levar juntos as outras cadeias, como a de frango. Sem dúvida, isso demonstra a eficiência do serviço público (em relação à sanidade animal).”

Para Martins, quem está contra essa movimentação da Seab “está pensando apenas nos interesses particulares” e não no desenvolvimento do Estado. “Hoje, por exemplo, o status que temos para o frango sem dúvida é incomum, o melhor do mundo”. Ele explica que na Europa, por exemplo, são cobradas exigências “que nem eles conseguem fazer”. “Lá, eles não têm todo esse cuidado com os frangos como temos aqui, mas são exigentes em nos cobrar. Temos um frango com qualidade imbatível”, complementa.

icon-aspas “O México é porta para os Estados Unidos, que ainda não conseguimos comercializar devido a essas barrerias comerciais”


De forma prática, o Sindiavipar acredita que com o novo status é possível vencer também barreiras comerciais e diplomáticas. O olhar está para países que o Estado até já comercializa, mas ainda não em grandes volumes. “Estamos falando em aumento de consumo na China e países árabes, que já são grandes compradores, mas têm um potencial impressionante. O México, por exemplo é a porta para os Estados Unidos, que ainda não conseguimos comercializar devido a essas barrerias comerciais.”

Em relação ao aumento do consumo de carne de frango para este ano, Martins disse que esse início de governo está com aparência de “amadorismo”, mas mesmo assim relata que a população está voltando a adquirir a proteína. “Continuamos com 12 milhões de desempregados, mas percebemos que as pessoas estão se virando mesmo sem carteira assinada e voltando a consumir. No mercado internacional, não é diferente e muitos estão voltando a comprar.”

Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), o Paraná respondeu por 38% de todo o frango exportado pelo Brasil no mês de fevereiro. O Estado também conseguiu quebrar seu recorde em abates no primeiro bimestre, alcançando a marca de 310,6 mil cabeças abatidas no período, de acordo com informações do Sindiavipar.

“Com todo esse cenário, fica claro que temos a oportunidade de finalizarmos 2019 com grandes números para a avicultura paranaense. Nossa expectativa é que consigamos um crescimento entre 4% e 5% neste ano”, avalia Martins. Ainda segundo ele, o principal motivo pelo alcance desses índices é o trabalho em conjunto de todos os elos da cadeia produtiva. “Somente com todos puxando a corda para o mesmo lado é que podemos superar as adversidades, que naturalmente irão aparecer durante o ano.”