A inconstância climática gera dúvidas em relação à soja safra após safra nos últimos anos. Isso acaba afetando diretamente a rentabilidade das cooperativas do setor. O faturamento global da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), por exemplo, terá um crescimento mais tímido este ano devido à quebra da safra 2018/2019, que está sendo comercializada agora.

Se em 2018 o valor teve crescimento de 19% comparado ao ano anterior. Em 2019, esse incremento deve ficar em torno de 7% a 8%. O recebimento das cooperativas do agro gira em 70% do volume total da commodity. Portanto, na safra de verão passada, o recebimento ficou em 11,2 milhões de toneladas. Para este ano, mesmo com a seca atual, a expectativa ainda é em torno de 13,8 milhões de toneladas.

“Problemas climáticos têm acontecido com certa frequência. Temos trabalhado para que os produtores façam o seguro rural e eles têm aderido para a soja e o milho. Como na safra passada a quebra foi de três milhões de toneladas, isso gerou um impacto, já que é o principal produto comercializado pelas cooperativas em valor econômico”, explica o gerente técnico da Ocepar, Flávio Turra.

Portanto, caso a safra 2019/20 não atenda as projeções do Deral, isso pode influenciar novamente no faturamento das cooperativas para o ano que vem. “A torcida agora é para que tenhamos uma safra normal.”

O gerente da área técnica da Integrada, Irineu Baptista, salienta que essas imprevisibilidades climáticas geram altos e baixos. “Desde o ano passado se previa uma supersafra de soja, que acabou não acontecendo. Nós aqui da cooperativa fazemos um grande trabalho de conscientização na recomendação do seguro rural, que se faça o plantio com umidade no solo, para minimizar os riscos da safra.”

Para Baptista, a preocupação agora não é nem com a produtividade da oleaginosa, mas sim o atraso, que pode prejudicar o milho safrinha lá na frente. “A nossa expectativa com a soja é que se as chuvas forem regulares, a produtividade será excelente.”