Para Rafael Fuentes Llanillo, muitos produtores têm um perfil investigativo, gostam de testar as tecnologias, de dar feedback
Para Rafael Fuentes Llanillo, muitos produtores têm um perfil investigativo, gostam de testar as tecnologias, de dar feedback | Foto: Iapar/Divulgação

Num passado de algumas décadas, a distância entre a pesquisa e o produtor rural parecia algo abissal. A articulação entre pesquisa, extensão e quem está na lida diária do campo foi mudando de status no decorrer em que o agronegócio avançava e hoje não é raro ver até uma relação direta entre quem cria a tecnologia e quem faz uso dela.

Aliás, a inteligência do produtor inclusive para desenvolver tecnologias próprias ou adaptar as já existentes fez com que se criasse uma classe de elite: os chamados produtores de referência que influenciam todos que estão por perto. Eles são modelos, recebem as pessoas em dias de campo, fazem uma avaliação criteriosa da propriedade e disseminam tecnologia.

O diretor de pesquisa do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), Rafael Fuentes Llanillo, os intitula também como “produtores pesquisadores”. “Eles têm esse perfil investigativo, de testar as tecnologias, de dar feedback (aos institutos envolvidos no trabalho, por exemplo), de se comunicar e expressar suas necessidades. Esse é o emponderamento dos produtores que gostam de inovar e que acabam sendo referência para os que estão em sua volta, com credibilidade e respeito.”

Fuentes deixa claro que produtores com tal grau de compromisso são minoria, algo em torno de 5% da categoria, mas que sem dúvida mostram qual o caminho que o produtor moderno deve seguir. “Eles representam uma elite dentro do seu segmento. São bem-sucedidos porque têm esse processo interativo, não apenas relacionado a inovações de produtos, mas de processo, de fazer bem feito, de ter capricho. Além disso, possuem uma assistência técnica de alto nível sempre próxima. Tudo isso muda as pessoas de patamar.”