O arenito é desafiador, já vai avisando Luis Paulo Lorenzetti, empresário rural da região de Paranavaí. A família dele possui propriedades no Noroeste paranaense, onde está radicada há 70 anos, tendo a pecuária de corte como seu carro-chefe. E é justamente ali, nos solos arenosos, que os Lorenzetti têm encontrado oportunidades para crescer, investindo em vários outros negócios.

Exemplo disso é a Estância Nossa Senhora das Graças, no município de Mirador. Com mais de 500 alqueires, a fazenda faz o confinamento de rebanho de raças angus e nelore em uma estrutura com capacidade para 3,5 mil cabeças, possui pomar de laranja com 78 mil árvores (35 mil das quais em formação), começa a investir no plantio de soja em 38 alqueires e desenvolve experimentos para avaliar os resultados com o cultivo de algodão em 32 alqueires.

Com sua tradição no arenito, a família tem em Luis Paulo, de 35 anos, que é engenheiro agrônomo, o sucessor natural e as decisões são compartilhadas em família, ao lado do pai Rogério, da mãe Cristina e da irmã Ana Paula. A história dos Lorenzetti na agricultura da região começou ainda na década de 1950, quando o desbravador Luiz, pai de Rogério, investiu na aquisição de terras para, inicialmente, plantar café.

Já sob a gestão do filho, que continuou expandindo as propriedades, o café foi substituído pelo algodão que, na sequência, cedeu espaço para a pecuária de corte. Veio, a seguir, a diversificação, com a cana, a mandioca, a laranja e outras culturas. Os Lorenzetti foram os primeiros a participarem do programa de produção de carne precoce da Cocamar e inscreveram seu nome entre os pioneiros na implantação da citricultura na região na década de 1980. Nas áreas de citros e soja, a previsão é de boa produtividade – 2,5 caixas por pé e 140 sacas por alqueire, respectivamente.

A Cocamar desenvolve na soja um experimento com apicultura para avaliar os níveis de polinização promovidos pelas abelhas durante a florada. O projeto Colmeia consta de uma estrutura telada com dois compartimentos, em que um deles recebeu abelhas e o outro não. O objetivo é, ao final, comparar a diferença de produtividade com a lavoura normal.

Na busca pela sustentabilidade, enquanto parte da produção agrícola e seus resíduos seguem para alimentação do gado, os dejetos provenientes do confinamento são destinados à adubação da soja, do algodão e dos pomares. É o que se chama de economia cíclica.

Por sua vez, investimentos são direcionados a cada ano para melhorar a qualidade nutricional do solo, mediante análise, fazendo-se as necessárias correções, bem como o plantio de culturas para palhada e rotação. Ao mesmo tempo, nas áreas de preservação permanente, é feita a proteção dos mananciais. Placas para a produção de energia solar foram instaladas no amplo espaço do confinamento e, segundo o produtor, com capacidade para suprir a demanda de uma pequena comunidade.

Os animais são abatidos precocemente entre 14 e 18 meses, com os machos alcançando peso de 20 arrobas, em média, e as fêmeas, 15 arrobas. Entram com cerca de 330 quilos, adquirem entre 1,2 e 1,5 quilo por dia e saem aos 540 quilos, na média. Luis Paulo cita que a preocupação da família é a de sempre imprimir qualidade na pecuária, com fornecimento constante e escala. A Estância possui uma equipe com 50 a 60 integrantes distribuídos pelos diversos setores sendo que alguns trabalhos, como a pulverização do pomar, ficam a cargo de funcionárias, que se revelam mais cuidadosas com esse tipo de serviço. (Com assessoria de imprensa da Cocamar)