Com as lavouras de soja apresentando bom desenvolvimento em todas as regiões do Paraná, favorecidas pelas chuvas, o produtor deve ficar atento ao surgimento de doenças e pragas que, se não forem controladas adequadamente, podem comprometer a produtividade.

O gerente técnico da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Rafael Furlanetto, alerta que como tem chovido com frequência, as plantas estão crescendo e fechando bem, o que, por outro lado, acaba criando um microclima propício à propagação de doenças. “A umidade, aliada às altas temperaturas, leva ao aparecimento de fungos e a principal preocupação é com a ferrugem asiática da soja”, diz Furlanetto, informando que o Consórcio Antiferrugem, mantido pela Embrapa Soja, já aponta o surgimento de focos em lavouras nas regiões de Londrina, Terra Roxa e Corbélia.

Imagem ilustrativa da imagem Produtores de soja devem ficar atentos à ferrugem asiática
| Foto: Divulgação/Cocamar

Furlanetto lembra que “há todo um complexo de doenças que requer cuidados neste momento”, mas a ferrugem chama mais a atenção por ter um ciclo muito rápido. “Se o produtor não fizer as aplicações preventivas e a doença se instalar, o poder de destruição dela é muito grande”.

Em material divulgado pela Embrapa Soja, a pesquisadora Claudia Godoy afirma ser importante manter as lavouras protegidas, principalmente em regiões próximas onde já houve a confirmação da doença, uma vez que a eficiência curativa dos fungicidas atualmente disponíveis é baixa. Outras doenças têm ocorrido antes da ferrugem e a pesquisadora orienta os produtores a consultarem os resultados de eficiência dos fungicidas para o controle das diferentes doenças e utilizar os multissítios para aumentar a eficiência de controle.

A ferrugem-asiática da soja é a principal doença da cultura e o custo médio para o seu controle tem sido estimado ao redor de US$ 2,8 bilhões por safra no Brasil. Integrante da equipe de assistência técnica personalizada da Cocamar, o agrônomo Osmar Buratto aponta que, além das doenças, é preciso monitorar o surgimento de pragas comuns nesta época, como as lagartas e o percevejo.

Silva, de Florestópolis,   tem usado menos irrigação nesta safra
Silva, de Florestópolis, tem usado menos irrigação nesta safra | Foto: Divulgação/Cocamar

Expectativa de boa produtividade

Em Florestópolis, norte do Estado, o produtor Antônio Luiz Ruela da Silva tem usado pouco, nesta safra, seus pivôs centrais para a irrigação das lavouras de soja e milho. São 250 alqueires, dos quais 160 irrigados. Ele foi visitado recentemente pelo Rally Cocamar de Produtividade. Segundo Silva, “o pivô é uma espécie de seguro, que dá estabilidade à produção”. Ele trabalha com a expectativa de uma colheita, em média, de 120 e 130 sacas de soja e 400 sacas de milho, por alqueire.

A exemplo de Silva, que não descuida do controle preventivo de pragas e doenças em suas lavouras, tendo adquirido para isso um moderno pulverizador, a família Celestino, do município de Ivatuba, região de Maringá, está sempre em alerta. “Fazemos o controle preventivo de acordo com orientação técnica”, explica o produtor Sidnei José Celestino, também visitado pelo Rally.

Sidnei Celestino com o pai, Angelo, e a irmâ, Tania: rotação de culturas no inverno faz a diferença no verão
Sidnei Celestino com o pai, Angelo, e a irmâ, Tania: rotação de culturas no inverno faz a diferença no verão | Foto: Divulgação/Cocamar

“Neste ano, a soja está um espetáculo”, comemora Celestino, que projeta produzir, em média, pelo menos o dobro em relação às 80 sacas por alqueire colhidas na safra passada, quando a prolongada estiagem prejudicou as lavouras. A família investe há 22 anos em um programa de rotação de culturas no inverno que, segundo Ângelo, de 87 anos, pai de Sidnei, tem feito com que a propriedade alcance sempre boas médias de produtividade.

Em Ourizona, também na região de Maringá, a safra se desenvolve bem e para produtores como Gines Sanches Cavalcante - que cultiva 82 alqueires, dos quais 9 próprios -, e dependem de plantar em terras arrendadas, só há uma alternativa: “conduzir a atividade com o máximo empenho para obter os melhores resultados”.

Gines Cavalcante, de Ourizona: maior parte do plantio é em terras arrendadas
Gines Cavalcante, de Ourizona: maior parte do plantio é em terras arrendadas | Foto: Divulgação/Cocamar

Entre as preocupações, o controle preventivo de pragas e doenças. Plantada no período e 25/9 a 22/10, a soja chega ao estágio de início de formação de vagens (que os produtores chamam de “canivetinho”) e florescimento. A colheita deve começar na primeira semana de fevereiro e, se tudo correr bem até lá, a previsão de Cavalcante é obter a média de 160 sacas por alqueire. (Com assessoria de imprensa da Cocamar)